Candidaturas com declaração de indígena cresce 14,13%, passando de 2.172 registros em 2020 para 2.479 registros em 2024

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

As eleições municipais de 2024 no Brasil registraram um aumento expressivo nas candidaturas de pessoas indígenas, refletindo um maior engajamento político dessas comunidades em todo o país. De acordo com um estudo do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos) realizado em parceria com o coletivo Common Data, a partir de dados extraídos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de candidatos e candidatas que se identificam como indígenas cresceu 14,13%, passando de 2.172 em 2020 para 2.479 em 2024.

Este crescimento é notável em todas as regiões do Brasil, com a maior concentração no estado de Roraima, onde 7,10% das candidaturas são indígenas. Pela primeira vez, os indígenas puderam declarar sua filiação étnica, resultando na identificação de 170 etnias diferentes entre os candidatos. “Essa nova camada de autodeclaração visa fortalecer a autenticidade da representatividade indígena e pode vir a prevenir fraudes, aprimorando a integridade do processo eleitoral”, afirma Carmela Zigoni, assessora política do Inesc.

Em relação ao gênero, 911 (36,75%) são de mulheres e 1.568 (63,25%) são de homens, evidenciando uma predominância masculina na representação política indígena.

Em termos de alinhamento político, os candidatos indígenas estão majoritariamente afiliados a partidos de direita (41,87%), seguidos de perto por partidos de esquerda (40,42%) e de centro (17,71%). Essa distribuição reflete a diversidade de perspectivas políticas dentro das comunidades indígenas.

Embora as candidaturas indígenas estejam em ascensão, sua presença em cargos executivos ainda é limitada. Considerando apenas as capitais, há apenas um candidato indígena, pertencente à etnia Guarani, concorrendo ao cargo de prefeito. Trata-se de Lucínio Castelo de Assumção (nome de urna: Assumção), que disputa a Prefeitura de Vitória (ES), pelo PL. Há ainda uma indígena com candidatura a vice-prefeitura (Amanda Brandão Paes Armelau, com nome de urna: Índia Armelau), também do PL e de etnia não informada, no Rio de Janeiro.

Considerando as demais cidades, o número de indígenas pleiteando o poder Executivo sobe para 46 Prefeituras e 63 Vice-Prefeituras.

Considerando as candidaturas para todos os cargos, 207.467 (45,64%) são de pessoas brancas, 187.903 (41,34%) são de pessoas pardas, 51.782 (11,39%) são de pessoas pretas, 2.479 (0,55%) são de pessoas indígenas, 1.756 (0,39%) são de pessoas amarelas e 3.141 (0,69%) não informaram sua cor/raça. Isso representa um avanço em relação à diversidade racial das candidaturas às eleições municipais. Em 2020, do total de candidaturas, 47,92% eram de pessoas brancas, 39,44% eram de pessoas pardas, 10,48% eram de pessoas pretas, 0,39% eram de pessoas indígenas e 0,35% eram de pessoas amarelas, enquanto 1,40% não informaram sua cor/raça.

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Fonte: https://inesc.org.br/indigenas-aumentam-candidaturas-nas-eleicoes-2024/

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