Castanha-do-Pará e coco babaçu fazem parte da economia da floresta em pé que alimenta as cidades e fortalece as comunidades membro da rede Origens Brasil®
Roberto Almeida
ISA

Com o trabalho coletivo de indígenas, ribeirinhos e agricultores familiares pela economia da floresta em pé, uma série de produtos alimentícios chegaram ao mercado e hoje estampam o catálogo de sua marca coletiva, a Vem do Xingu.

Castanha-do-Pará e coco babaçu são os principais ingredientes deste trabalho articulado em rede – a Rede de Cantinas da Terra do Meio – em um território composto por de mais de 8 milhões de hectares de áreas protegidas.

O que são as cantinas?

As cantinas são coletivos de ribeirinhos, indígenas e pequenos agricultores organizados para a produção e comercialização de produtos dos povos da floresta.

Esses coletivos gerenciam capital de giro próprio que viabiliza essa produção e comercialização de forma transparente e autônoma.

Saiba mais.

Os produtos são Castanha-do-Pará in natura e desidratada, Óleo de Castanha-do-Pará, Farinha de Babaçu, Mistura para Bolo de Babaçu com Cacau e Óleo de Babaçu.

Clique aqui para baixar e conheça.

A Rede de Cantinas da Terra do Meio é formada por 14 associações de comunidades indígenas e ribeirinhas, que envolve mais de 600 famílias. Elas fazem parte da rede Origens Brasil®, que promove relações comerciais éticas e transparentes entre empresas e comunidades que contribuem com a conservação da Amazônia.

“As cantinas e miniusinas são muito importantes, geram autonomia para as comunidades ribeirinhas e aldeias”, disse Patrícia Silva, cantineira da comunidade São Francisco, Reserva Extrativista Rio Iriri.

“O fortalecimento das cadeias dos produtos, a organização dos entrepostos comerciais com as empresas parceiras e o selo Origens Brasil ajudam a pessoa que comprar o produto a entender de onde vem, a qualidade, a origem e a história da pessoa que produziu”, continuou.

Assista ao vídeo da marca Vem do Xingu:

Mais recentemente, a Rede de Cantinas da Terra do Meio forneceu a farinha do coco babaçu para a Cervejaria Colorado, que produziu a cerveja Colorado Amazônica (saiba mais), além de construir uma série de novas parcerias comerciais durante o ano, apresentadas na última edição da Semana do Extrativismo.

Mais parceiros em rede, mais força

Além dos produtos alimentícios, as comunidades trabalham com a produção de borracha, óleos de copaíba e andiroba, semente de cumaru, entre outros produtos, que formam uma cesta variada de possibilidades de renda aos moradores da floresta. As comercializações prezam por contratos diferenciados para vendas significativas em volumes e valores, em acordos definidos em reuniões anuais com total transparência.

Em experiências mais recentes, a Rede de Cantinas forneceu duas toneladas de blocos de borracha prensados produzidos pela extração do látex natural para o solado do tênis Osklen AG (conheça o produto).

Marlon Rodrigues, da comunidade Rio Novo, Reserva Extrativista Rio Iriri, em busca de castanhas

Outro calçado que estreou no mercado neste ano, da marca Save The Forest, também recebeu matéria prima dos ribeirinhos e indígenas Xipaya, que trabalham com a produção de mantas e tecidos emborrachados provenientes da extração tradicional do látex natural da floresta amazônica (conheça o produto).

Pontos de venda

Hoje os produtos com a marca Vem do Xingu são vendidos em cinco estabelecimentos comerciais em Altamira (PA): Supermercado Milênio, Supermercado Primavera, Empório Cosmopolita e Xingu Açaí.

Em São Paulo, os produtos podem ser encontrados no Box Amazônia e Mata Atlântica do Mercado Municipal de Pinheiros, no Instituto Chão, no Instituto Feira Livre, bem como na loja virtual do Instituto Socioambiental, da BemGlô e da Feira na Rosenbaum.

Vem do Xingu em números

Na safra de 2020, a Rede de Cantinas da Terra do Meio comercializou mais de 200 toneladas de castanha in natura e duas toneladas de castanha desidratada, envolvendo cerca de 300 famílias indígenas e ribeirinhas no processo de produção.

Nos últimos quatro anos, a rede forneceu 10 toneladas de farinha de babaçu para a merenda escolar. Só neste ano, a prefeitura de Vitória do Xingu adquiriu mais de três toneladas do produto e mais cinco toneladas estão sendo comercializadas para a ATINA, indústria de ativos naturais para cosméticos.

Além disso, foram fabricados 500 pacotes de mistura para bolo de farinha de babaçu com cacau, uma parceria com a Cooperativa de produtores de cacau da Transamazônica, a CacauWay. Até agosto de 2020 também foram produzidos 330 litros de óleos vegetais entre babaçu, castanha e andiroba.

Na última safra foram comercializados 600kg de óleo de copaíba para a empresa Firmenich, uma das parceiras mais antigas da rede. Também foram produzidas mais de duas toneladas de mantas de borrada e três toneladas de blocos prensados, enviados para a empresa Mercur.

A novidade deste ano foi também a venda de mais de 30 tecidos emborrachados, produzido pelos indígenas Xipaya. Os tecidos foram adquiridos pelas parcerias comerciais com Flávia Amadeus Designer e Save The Forest, e até o fim do ano serão produzidos para a nova parceira BossaPack.

 

Fonte: https://www.socioambiental.org/pt-br/noticias-socioambientais/ribeirinhos-indigenas-e-agricultores-familiares-da-terra-do-meio-pa-lancam-catalogo-de-produtos-vem-do-xingu

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