No início de fevereiro, o primeiro indígena da etnia Matipu a cursar medicina, Dyakalo Foratu Matipu, realizou palestras na Aldeia Novo Matipu para desmentir as fakes news que chegaram às tribos do Alto do Xingu em Mato Grosso. De acordo com o universitário, entre as 119 pessoas que moram na tribo aproximadamente 40 já foram contaminadas. Felizmente não houve ainda nenhum óbito.
Segundo ele, em entrevista essa semana à Agência Maria Taquara, as vacinas ainda não foram distribuídas na sua comunidade e muitos estão com medo por causa dos boatos.
“Eu quero ajudar o meu povo para que não sejam mais manipulados pelas fakes news. Eu sei como funciona a medicina e a ciência, portanto posso explicar na linguagem materna (dialeto indígena), como é a produção da vacina e a importância da imunização”.
Em 2019, Farato, como gosta de ser chamado, passou em primeiro lugar para o curso de medicina no vestibular realizado na aldeia Kuikuro, (MT). Eram seis vagas para medicina, cinco para odontologia e duas para medicina veterinária. Hoje está cursando o terceiro semestre na Universidade Brasil, em Fernandópolis, interior de São Paulo.
“Falaram para o meu povo que quem foi infectado pelo Coronavírus não precisa tomar a vacina. Que o povo indígena está sendo feito de cobaia. Teve aldeias que já receberam as doses e os caciques proibiram a comunidade de fazer a vacinação. Eles têm medo de tomar a vacina e virar jacaré. Eu queria fazer palestra em cada aldeia, porém, não tenho como me locomover para outros lugares”.
De acordo com o boletim epidemiológico do ministério da saúde e da secretaria de saúde indígena (SESAI), atualizado no dia 25/02. Na região do Xingu, existem 132 casos suspeitos, 1.021 casos confirmados, 913 casos descartados, 277 infectados, 711 recuperados e 16 óbitos.
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