Guaranis M’bya organizam a resistência contra reintegração de posse que pretende arrancá-los da terra no Jaraguá para construir prédios da empreiteira Tenda

Ao lado da aldeia do Jaraguá, na zona norte de São Paulo, fica uma das poucas áreas de Mata Atlântica preservada. É no Jaraguá que os indígenas Guaranis M’Bya têm sua terra sagrada, terra de seus ancestrais. Mas é nessa terra que a construtora Tenda, pertencente ao Itaú e ao bilionário Jorge Paulo Lemann, pretende construir um conjunto de apartamentos com vista direta para o pico do Jaraguá. Os guaranis resistem à devastação e estão ocupando a sua terra ancestral, enquanto a PM observa, a postos para reprimir o povo que há 520 foi massacrado pelos bandeirantes.

Autoridades, parlamentares e representantes dos indígenas Guaranis conversaram com o Coronel Alexander Bento, da Polícia Militar, que comanda a operação da reintegração de posse no terreno no Jaraguá, zona noroeste de SP.

Os indígenas exigem a presença do prefeito Bruno Covas para que saiam do terreno. Os Guaranis não oferecem nenhuma ação violenta. Seguem pacíficos aguardando Bruno Covas. A presença do prefeito traria uma possibilidade de diálogo sobre a importância do debate de demarcação de terras, da preservação e cuidados com o meio ambiente no local.

A palavra dos Guaranis é uma só, se as autoridades cumprem com o pedido, os indígenas saem do terreno. Mas não, sem antes, explicarem ao prefeito os males que podem ocorrer no local com a construção de torres de prédios.

Veja a resistência logo nas primeiras horas da manhã de hoje (10)

ATUALIZAÇÃO: 12:40

A Juiza Estadual Maria Cláudia Bedotti já disse aos vereadores presentes que não vai rever a reintegração de posse. Apenas a construtora Tenda pode reverter a reintegração de posse. Os Guarani seguem resistindo em defesa do resto de Mata AtlÂntica que há no terreno entorno do seu território.

Uma comissão de vereadores com Eduardo Suplicy e Gilberto Nataline foram encontrar com o prefeito Bruno Covas que pode intermediar a negociação. Na justiça federal é quem vai dizer o que pode ou não pode fazer. Pela justiça Federal a obra está embragada, e é preciso esperar 40 dias.

Mas os Guarani precisam de mais garantias para sair do terreno onde a construtora Tenda já cometeu crime ambiental. Cerca de 500 árvores nativas já foram cortadas, e vários animais foram mortos.

Os Guarani estão ocupando para garantir a defesa desta natureza, que na verdade pertence a cidade de São Paulo.

 

Fonte: https://jornalistaslivres.org/indigenas-guarani-mbya-resistem-no-jaragua-contra-despejo/

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