Com uma fábrica de mentiras, sonhei na noite, sonho ruim, como dizem nas aldeias. Acordei pensando no tal marco temporal e quem pedirá desculpas aos indígenas após julgamento tão longo, as dúvidas de seus arautos.

A Terra Indígena e outras terras

Às vezes, pensamentos infantis me invadem a idade. Gosto de ficar imaginando máquinas que não há, engenhocas, engrenagens digitais. Hoje na alvorada do dia acordei assim, imaginando como seria uma máquina de mentiras, uma fábrica, até suas chaminés, esgotos e penhores.

Pensei também na publicidade de tal complexo fabril, peça fundamental para o  bom negócio de vender máquinas. Atributos de tal máquina seriam o silêncio, baixo consumo de energia e feita com materiais recicláveis. Tudo vira história, tantos se arrependem e descobrem o conto do vigário em seus sonhos. Nunca é tarde para libertar-se do enfadonho peso das más escolhas e suas sequelas.

o lamento de Ysani

As horas passam e o relógio de ponto do mundo real aguarda, a infância persiste toda manhã e os pesadelos temem a luz do dia. Salva e redime o sonho os pensadores e os poetas indígenas ou mineiros, seus mitos, onde a máquina do mundo renova-se, a esperança mais mínima — esse anelo de ver desvanecida a treva espessa que entre os raios do sol inda se filtra.

Ailton Krenak e Drummond dão a medida exata desse país atemporal.

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Fonte: https://jornalistaslivres.org/o-marco-temporal-na-fabrica-de-mentiras/

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