Foto: Leobark/Comunicação/MPF
Disponível no Canal MPF no YouTube, curta-metragem mostra atuação da instituição em defesa dos povos Yanomami
“A Constituição Federal garantiu aos povos indígenas a posse dos territórios e a proteção por parte do Estado. Isso nunca pode ser perdido de vista”. A declaração é da coordenadora da Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal (6CCR/MPF), Eliana Torelly, em entrevista ao documentário O Rastro do Garimpo, sobre a atuação do MPF em defesa dos povos Yanomami, em Roraima. O curta-metragem foi lançado nesta quarta-feira (26), durante evento na Procuradoria-Geral da República, em Brasília, e pode ser assistido no Canal MPF no YouTube.
Produzido pela Secretaria de Comunicação Social do MPF, com apoio da 6CCR, o filme narra o avanço do garimpo ilegal na região, especialmente a partir de 2017, e mostra o trabalho realizado pela instituição, nas esferas judicial e extrajudicial, para a proteção dos povos originários que habitam a terra indígena. Nos relatos registrados, a omissão do Estado e a falta de políticas públicas efetivas aparecem entre as causas para a grave crise sanitária vivida pelos Yanomami. “Foi uma experiência dramática e precisamos aprender para que não aconteça novamente”, ressaltou Torelly durante a cerimônia de lançamento.
De acordo com a secretária de Comunicação do MPF, Dione Tiago, o objetivo da produção é mostrar à sociedade o impacto e a importância do trabalho da instituição para a proteção dos povos originários. “Com o documentário, buscamos ampliar a aproximação do Ministério Público com a sociedade e alertar para a necessidade de um esforço permanente de defesa dos direitos dos povos indígenas. Essa é uma preocupação da instituição que sempre existiu, e o documentário é uma forma de informar isso à população”, afirmou.
O assessor jurídico do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Rafael Modesto, acompanhou a exibição do documentário e exaltou a iniciativa. “Gostaria de parabenizar pelo brilhante, bonito e importantíssimo trabalho que o MPF vem fazendo, não só no caso Yanomami, mas em todos os casos que envolvem demanda indígena no Brasil, especialmente relacionados à disputa territorial, seja por demarcação seja por proteção, como está na nossa Constituição, que ainda carece de efetivação”, declarou.
Também participaram da cerimônia o subprocurador-geral da República Eitel Santiago e o procurador regional e membro suplente da 6CCR Marlon Alberto Weichert, além de servidores e colaboradores da PGR.
O filme – Com 20 minutos de duração, o curta-metragem foi gravado em fevereiro deste ano, durante expedição do órgão à aldeia indígena de Surucucu, em Roraima. Entre os entrevistados estão o líder Yanomami Davi Kopenawa; o presidente do Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuanna, Júnior Hekurari Yanomami; o antropólogo do MPF Leonardo Leocádio; os procuradores da República Alisson Marugal e Matheus de Andrade Bueno, que atuam em Roraima; a coordenadora da Câmara de Populações Indígenas do MPF, Eliana Torelly; e o procurador-geral da República, Augusto Aras.
O documentário faz parte das ações do Abril Indígena, campanha anual do MPF com o objetivo de dar visibilidade aos direitos e garantias dos povos indígenas, discutir os problemas que afetam essas populações e mobilizar a atuação em defesa dos povos originários. Saiba mais aqui.
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