Os três grandes vencedores foram bolsistas da Fundação. Edição de 2024 teve 1.632 inscrições, recorde histórico de participantes

Cerimônia do Prêmio CAPES de Tese 2024. Foto: Júlia Prado – CGCOM/CAPES

Criado em 2006, o Prêmio CAPES de Tese teve pela primeira vez, em 2024, um pesquisador indígena no topo da premiação, que reconhece os melhores trabalhos de doutores de cada ano. Rafael Xucuru-Kariri, do povo Xucuru-Kariri, em Alagoas, foi o vencedor do Grande Prêmio Lélia Gonzalez, referente ao Colégio de Humanidades. A cerimônia de entrega ocorreu nesta quinta-feira, 12 de dezembro, em Brasília.

O pesquisador é doutor em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e autor da tese Retomar o Brasil: um estudo das cartas escritas pelos povos indígenas nos últimos 50 anos, que analisou uma amostra da documentação indígena no período de 1972 a 2022, mapeando quem escreve, para quem são destinadas, os assuntos e o contexto de escrita das correspondências públicas indígenas. “Essa premiação é o reconhecimento público para um projeto e reforça a certeza e amplia nossas elaborações para pessoas que podem discutir e pensar o Brasil a partir da reflexão indígena”, destaca.

O Prêmio CAPES de Tese teve 49 vencedores. Deles, três são selecionados para receber o Grande Prêmio, um para cada Colégio: Humanidades, Ciências da Vida e Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar. Eles ganham uma bolsa para estágio pós-doutoral em instituição internacional, por até 12 meses, certificado e troféu. Cada orientador recebe uma premiação de R$ 9 mil, para participar de congresso internacional e um certificado de premiação, que também será entregue aos coorientadores e ao Programa onde a tese foi defendida.

A vencedora do Grande Prêmio Ennio Candotti, de Ciências da Vida, foi Ana Paula Zapelini de Melo. Doutora em Ciência de Alimentos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Ela é a autora da tese Derramamento de petróleo no litoral brasileiro: desenvolvimento de métodos analíticos para controle de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e monitoramento de pescado baseado em risco. “Esse prêmio é a honraria da relevância do trabalho para a sociedade e para o avanço científico no País e demonstra que meu projeto trouxe contribuições concretas e soluções inovadoras para problemas reais”, ressalta.

Do Colégio de Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar, a vencedora foi Gabriela Dias Noske, doutora em Física pela Universidade de São Paulo (USP), levou o Grande Prêmio Elisa Esther Maia Frota Pessôa pelo trabalho Caracterização estrutural e busca por inibidores das proteases dos vírus emergentes: Vírus da Febre Amarela e SARS-CoV-2. “É muito gratificante ver esse trabalho sendo valorizado, especialmente por sua capacidade de auxiliar e contribuir com minha pesquisa em um momento de relevância crucial para a saúde mundial”, comemora.

Os três vencedores do Grande Prêmio foram bolsistas da CAPES em algum período da carreira acadêmica. Este ano, a premiação teve 1.632 trabalhos de doutorado inscritos, o maior número de participantes em todas as edições já realizadas. – O Prêmio CAPES de Tese é considerado o Oscar da Ciência Brasileira e está na sua 19ª edição. Desde a sua criação, em 2006, já teve 15,7 mil participantes.

A seleção dos trabalhos ganhadores leva em conta quesitos como originalidade, relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e inovação, e qualidade e quantidade de publicações decorrentes da tese. Criado há 18 anos, o Prêmio CAPES de Tese é uma homenagem aos pesquisadores que, por meio de seus trabalhos de doutorado, têm se destacado em suas áreas, contribuindo para o desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil.

Premiações dos parceiros
Em 2024, o Prêmio CAPES de Tese conta com quatro parceiros:  Dimensions Sciences, Fundação Carlos Chagas, Instituto Serrapilheira e Ministério das Relações Exteriores (MRE). Cada um deles têm premiações adicionais aos vencedores de áreas específicas.

No caso da Dimensions Sciences, a vencedora foi Carine Aline Prado, da Universidade de São Paulo (USP), que receberá dois mil dólares. A Fundação Carlos Chagas, por sua vez, concederá R$ 25 mil a Marta Hass, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Gabriela Fasalo Pivaro, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) pelas teses vencedoras nas áreas de Educação e Ensino.

Já o Instituto Serrapilheira concederá R$ 20 mil a Gabriela Dias Noske, também da USP, vencedora do Grande Prêmio no colégio de Ciência da Vida e Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar. Da parceria da CAPES com o MRE, vencedor é João Paulo Nicolini Gabriel, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que receberá uma bolsa de pós-doutorado internacional no valor mensal de 2.100 dólares e destaque do trabalho em publicação da editora Fundação Alexandre Gusmão. A CAPES também premiará com R$ 20 mil Rafael Xucuru-Kariri, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o autor da tese vencedora do Colégio de Humanidades.

Notícia publicada originalmente no portal da CAPES.

Fonte: https://www.gov.br/povosindigenas/pt-br/assuntos/noticias/2024/12-1/indigena-ganha-pela-primeira-vez-a-premiacao-maxima

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