A floresta amazônica brasileira tem sido alvo de constantes ataques e tem sofrido pressões econômicas para a exploração de seus recursos naturais. Estes ataques envolvendo a exploração ilegal da pesca, da madeira e de recursos minerais contribuem para o empobrecimento das condições de vida das populações que mais preservam a floresta amazônica como os Povos Indígenas e as comunidades tradicionais.


No dia 15 de junho, os corpos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips foram encontrados no Rio Itacoaí, próximos à cidade de Atalaia do Norte, no Amazonas. A notícia teve repercussão internacional e chocou o mundo inteiro. Os dois viajavam em um pequeno barco quando sofreram uma emboscada entre a comunidade ribeirinha de São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, próximo à Terra Indígena Vale do Javari e perto da fronteira do Brasil com o Peru e a Colômbia. A Terra Indígena Vale do Javari abriga o maior número de povos indígenas isolados do mundo. Este território sofre constantes ameaças por parte de pescadores ilegais, madeireiros, garimpeiros e do tráfico internacional de drogas.


Enquanto os olhos do mundo se voltaram mais uma vez para a floresta amazônica brasileira, a Ontario Tech University, no Canadá, está desenvolvendo pesquisa sobre o Programa Bolsa Verde, que existiu de 2011 a 2017 e beneficiou 76.000 famílias por todo o território brasileiro. A experiência do Programa Bolsa Verde na Amazônia foi considerada exitosa por promover o desenvolvimento de práticas sustentáveis e, ao mesmo tempo, incentivar a conservação dos ecossistemas locais.


A pesquisa, intitulada Perspectivas dos Povos Tradicionais sobre a Conservação Ambiental: A Experiência do Bolsa Verde no Brasil, busca entender até que ponto Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) focados em unidades familiares podem contribuir ou interferir nas atividades coletivas de conservação do ecossistema que já são costumeiramente realizadas por essas comunidades tradicionais. A pesquisa também procura desconstruir a ideia de que as comunidades pobres e vulneráveis não podem administrar seus recursos com inteligência ambiental, um tipo de racismo que ainda ocorre com relação à aplicação de recursos destinados a populações vulneráveis. Ex-gestores e ex-beneficiários do Programa Bolsa Verde estão sendo entrevistados

A pesquisa de pós-doutorado está sendo realizada pela pesquisadora doutora Clarisse Drummond, membro do OBIND sob a supervisão do Professor Timothy MacNeill da Faculdade de Ciências sociais e humanidades da Ontario Tech University, especialista em desenvolvimento sustentável e desigualdade social.

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