Inaugurado em março para responder a necessidade humanitária em Boa Vista, o abrigo Waraotuma a Tuaranoko completa 100 dias nesta segunda-feira (20).
Fundado a partir da parceria entre a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), a Força Tarefa Logística-Humanitária da Operação Acolhida e a Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI), o local é o maior abrigo para pessoas refugiadas e migrantes de etnias indígenas na América Latina.
A data, que coincide com o Dia Mundial do Refugiado, será celebrada com uma série de eventos para a população abrigada e uma solenidade com a presença de representantes da ACNUR e demais organizações que atuam no local.
Maior abrigo para pessoas refugiadas e migrantes de etnias indígenas na América Latina, o Waraotuma a Tuaranoko completa 100 dias nesta segunda-feira (20). Inaugurado em março, para responder a necessidade humanitária em Boa Vista, o local funciona a partir da parceria entre a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), a Força Tarefa Logística-Humanitária da Operação Acolhida e a Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI).
A data será celebrada com uma série de eventos para a população abrigada e uma solenidade com a presença de representantes do ACNUR e demais organizações que atuam no local. As comemorações também coincidem com o Dia Mundial do Refugiado, que neste ano traz a mensagem: “Seja quem for, seja quando for, seja onde for, todas as pessoas têm direito a buscar proteção”.
O abrigo Waraotuma a Tuaranoko foi inaugurado no dia 14 de março, após uma série de consultas conduzidas por meio de assembleias e grupos de trabalho, para comportar a crescente população indígena refugiada e migrante na capital de Roraima. O local possui características que atendem às diversas especificidades da população indígena, como moradias duplas com exaustores para maior circulação de ar, estrutura para redes; cozinhas coletivas com fogões à lenha; área de recreação para crianças, quadras de vôlei e futebol, entre outros.
O processo de realocação envolveu as comunidades indígenas que anteriormente viviam nos abrigos Nova Canaã, Tancredo Neves e Pintolândia. A despeito de diversas intervenções nos últimos anos, os locais já não comportavam mais os povos indígenas refugiados e migrantes com necessidade de proteção em Boa Vista.
Atualmente, a cidade recebe refugiados e migrantes majoritariamente das etnias Warao e Eñepá. O processo foi construído com as lideranças de cada grupo étnico, respeitando sua cultura e costumes. A decisão de mudar-se para o novo abrigo foi voluntária, com grande adesão da população indígena. Em apenas uma semana, já havia 819 indígenas vivendo no novo abrigo, que possui capacidade para 1.440 pessoas. Atualmente, o Waraotuma a Tuaranoko conta com uma população de 1.092 pessoas.
Soluções duradouras – O ACNUR e as organizações parceiras estão em constante contato com a comunidade indígena para o desenvolvimento de soluções que vão além do abrigamento emergencial e temporário, como o alcance da autonomia socioeconômica. Desde a abertura do novo abrigo, em articulação com o Subcomitê Federal de Acolhimento e Interiorização (Sufai), responsável pelos abrigos, diversas iniciativas foram realizadas, como a garantia de transporte escolar por três meses para crianças e responsáveis, para aqueles que ainda não conseguiram a transferência dessas crianças para escolas próximas da nova moradia.
Como forma de solução para longo prazo, foi criado o projeto Narunoko (que significa “caminho” na língua Warao), focado em fornecer suporte por até oito meses a famílias indígenas em sua transição para fora dos abrigos. O projeto contempla diversos componentes, como treinamentos, auxílio em dinheiro, distribuição de itens não alimentares de primeiras necessidades e acompanhamento de proteção, com visitas mensais às famílias participantes.
Outra importante iniciativa foi a ampliação da parceria com A Casa Museu do Objeto Brasileiro, que oferece treinamentos para produção de artesanatos. O crescimento do projeto possibilitou que mais de 60 novos artesãos fossem incluídos no projeto, agora participando de atividades de educação financeira e criação de associações de artesãos com o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados e outros parceiros locais.
Neste dia 20 de junho, o Sufai e a Força-Tarefa Logística Humanitária, logo após a cerimônia que marcará os 100 dias a inauguração do local, irão proporcionar uma palestra oferecida pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), sobre conhecimentos básicos para gestão e manutenção de um negócio próprio. Essas atividades têm como objetivo tornar esses beneficiários aptos para o mercado de trabalho, bem como aumentar as chances de interiorização por Vaga de Emprego Sinalizada (VES) nos diversos estados do país.
Fonte: https://brasil.un.org/pt-br/186927-acnur-celebra-100-dias-do-maior-abrigo-indigena-da-america-latina
Comentários