- Trinta e um adolescentes e jovens indígenas, entre 15 a 29 anos, de nove estados da Amazônia Legal formam a Rede de Jovens Comunicadores Indígenas, que participa de projeto para prevenção da COVID-19.
- A iniciativa é resultado da colaboração entre o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Instituto Leônidas e Maria Deane e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, com o apoio do Escritório de Assistência a Desastres da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional.
- O jovem Janderson Henrique de Souza da Silva, do povo macuxi em Normandia (Roraima), conta que tem atuado para combater a desinformação e boatos: “Verifiquei a necessidade de esclarecer aos povos indígenas informações corretas sobre saúde, principalmente, relacionada à COVID-19, evitando fake news enviadas pelo WhatsApp e pelas redes sociais, sensibilizando a necessidade do cuidado para não acreditarem em boatos”.
Trinta e um adolescentes e jovens indígenas, entre 15 a 29 anos, de nove estados da Amazônia Legal formam a Rede de Jovens Comunicadores Indígenas que participa do projeto Apoio aos povos indígenas da Amazônia brasileira na prevenção e mitigação da COVID-19. A iniciativa é resultado da colaboração entre o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), com o apoio do Escritório de Assistência a Desastres da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (OFDA/Usaid).
O projeto, além de distribuir kits de higiene em comunidades indígenas e totens com álcool em gel para organizações indígenas, tem como objetivo dar formação para jovens comunicadores indígenas em educomunicação, saúde mental, proteção de crianças e adolescentes e prevenção e resposta às diferentes formas de violência. Atualmente, a rede é responsável pela criação e disseminação de informações sobre prevenção à COVID-19 em diversos formatos e línguas indígenas.
O jovem Janderson Henrique de Souza da Silva, do povo macuxi em Normandia (Roraima), conta que tem atuado para combater a desinformação e boatos sobre a COVID-19: “Verifiquei a necessidade de esclarecer aos povos indígenas informações corretas sobre saúde, principalmente, relacionada à COVID-19, evitando fake news enviadas pelo WhatsApp e pelas redes sociais, sensibilizando a necessidade do cuidado para não acreditarem em boatos”.
Os materiais informativos visam ao protagonismo da rede de jovens comunicadores no projeto, conforme ressalta Angela Kaxuyana, coordenadora-tesoureira da COIAB.“A rede de jovens indígenas é extremamente importante porque ela transmite o olhar dos povos indígenas. Assim, assumimos o protagonismo, que a história seja contada com nossa voz, nosso olhar e a nossa opinião a partir do conhecimento e valorização dos mais velhos”, salienta.
O coordenador técnico do projeto pelo UNICEF, Thiago Garcia, explica que os jovens acompanham a entrega dos kits de higiene nas comunidades indígenas, junto com a disseminação de informações corretas sobre prevenção à COVID-19, vacinação e outros temas relevantes e também participam de atividades de promoção da saúde mental e de proteção de crianças e adolescentes. “Os resultados do projeto mostram a importância de termos essa rede de jovens comunicadores fortalecida e mobilizada para contribuir com as estratégias de prevenção e mitigação da COVID-19 entre os povos indígenas”, reforça.
Desde o fim de fevereiro, os integrantes da rede de comunicadores estão recebendo o “Kit Conectividade”, com smartphone, capa de celular e carregador portátil, e o “Kit Visibilidade”, com mochila, blusas, boné, folder de higienização de máscaras, caderno, caderneta, máscaras de tecido, canetas e adesivos do projeto. Os adolescentes e jovens são apoiados com créditos para celular.
A coordenadora e mobilizadora da Rede de Jovens Comunicadores Indígenas, Alana Keline Costa, do povo manchineri, no Acre, explica que o processo de construção da rede ocorreu em 2020, quando a pandemia apontou a necessidade de fortalecer a comunicação das organizações. “A rede incentivou a produção de conteúdo dos jovens comunicadores, além de permitir a conectividade, com o acesso à internet e ao celular para produção de conteúdos e na comunicação entre os povos indígenas”, explica.
Rayanne França, oficial para a área de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes do UNICEF Brasil, reforça a importância do diálogo com as diferentes redes de adolescentes e jovens, garantindo a participação plena e efetiva com todos os sujeitos de direitos para a construção de melhores estratégias e ações com a população indígena. “Essa articulação com a rede de adolescentes e jovens é fundamental para o nosso planejamento, principalmente para entender quais são as demandas que eles têm e que precisam ser ouvidas, considerando também a interculturalidade”, informa.
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