Fogo atingiu uma área de 35 quilômetros da Terra Indígena Tenharim/Marmelos; combate impediu que as chamas se espalhassem.
POR HELSON FRANÇA/OPAN
Brigadistas indígenas do grupo Kagwahiva controlaram um incêndio de grandes proporções no interior do território Tenharim/Marmelos, no sul do Amazonas. As chamas atingiram uma área de aproximadamente 35 quilômetros e a atuação dos 33 brigadistas impediu que o fogo se alastrasse.
Conforme o chefe da brigada Kagwahiva, Amaury Tenharim, a origem do incêndio está relacionada a causas naturais, mais precisamente à ocorrência de raios. “O acúmulo de material seco e a baixa umidade do ar criam condições favoráveis para que queimadas do tipo aconteçam”, explicou.
O combate ao incêndio ocorreu entre os dias 17 e 27 de agosto. Durante o dia era feito o monitoramento da área acometida e, noite adentro, as equipes revezavam-se na contenção às labaredas.
O período noturno é o mais indicado para o controle do fogo devido à temperatura mais branda (maior umidade) e menor e incidência de ventos. Os ventos podem levar as chamas a mudar de direção repentinamente – dificultando sua mitigação e colocando a segurança dos brigadistas em risco.
Estudo
O trabalho dos brigadistas indígenas reduz o número de queimadas em seus territórios e entorno, conforme atesta estudo realizado pela Operação Amazônia Nativa (OPAN) e Instituto Centro de Vida (ICV).
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que houve um recorde de queimadas no Amazonas em agosto deste ano, com 8.550 registros. Em 2020, foram 8.030 focos e em 2019, 6.668 incêndios contabilizados. Os meses de agosto e setembro, período marcado pela seca, concentram a maior quantidade de casos de queimadas em áreas de floresta.
No Amazonas e em Mato Grosso, 199 brigadistas indígenas atuam neste ano, distribuídos pelos seguintes territórios: Tenharim/Marmelos, Bakairi, Utiariti, Paresi, Myky, Juininha, Manoki, Marãiwatsédé, Wawi e Parque Indígena do Xingu.
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