Nesses últimos 454 anos há inúmeros fatos que marcaram a história insulana. A antiga Pedra dos Amores localizada no final da orla da Freguesia é uma delas. A estátua de um grande felino que olha fixamente para a direção do mar é uma homenagem feita em 1937, idealizada por um grupo de moradores. A primeira estátua foi esculpida por João Zaco Paraná, tomando como referência um exemplar do felino Maracajá (nome científico: Leopardus wiedii), que havia no Museu Nacional. No Brasil, a espécie já se encontra na lista vermelha (ameaçado) do Estado da Bahia.


Em 1965 a estátua foi trocada por conta de avarias do tempo e depredações. Depois foi reformado muitas vezes desde então. O felino é chamado de “Onça” devido às características da estátua: um grande gato com pintas em seu corpo lembrando facilmente uma onça pintada. Contudo, na Ilha do Governador, nunca existiram onças. Naquela rocha se encontra, na realidade, um gato Maracajá.

Ele é um pouco maior que um gato doméstico e possui em seu pelo muitas manchas, sendo agressivo na maioria das vezes. Muito visto desde o século XV, pelo menos e, aos poucos, foi sumindo da Ilha após a ocupação europeia e o posterior processo de colonização. Um dos primeiros nomes dessa região foi Ilha do Gato por conta da quantidade dos Maracajás. Até o povo indígena Temiminó, que residia na ilha, tinha esse nome como apelido por serem muito aguerridos. A estátua se refere a uma lenda antiga envolvendo uma nativa da etnia Temiminó e seu gato Maracajá de estimação que residiam próximo ao local.
Etimologia e vernáculosO zoônimo maracajá advém do tupi-guarani marakaiá Além destes, a espécie é designada no português como gato-do-mato, gato-maracajá, gato-peludo, maracajá-peludo. No espanhol é chamada caucel, chiví, cunaguaro, gato brasileño, gato tigre grande, tigrillo, tirica malla grande, tigre gallinero, burricón, gato pintado, mbaracayá miní; no inglês margay. https://pt.wikipedia.org


Diz a lenda: “Uma nativa que habitava a região tomava banho de mar todos os dias. Com ela sempre estava seu gato maracajá de estimação. Ele sempre ficava sentado no alto de uma pedra esperando o retorno da índia para voltarem para casa. Ali era um local onde ele e sua dona também ficavam juntos observando as águas. Um dia a indígena foi nadar, porém não regressou. Algo aconteceu com ela. O gato ficou esperando o dia todo, passou a noite ali na pedra e de lá não saiu mais. Depois de muitos dias, acabou morrendo no local”.


Também há outras versões: “A nativa ia com seu pai ao local para pescar e ela e o gato ficavam na praia brincando e esperando. Ele não volta e a nativa sai a procurá-lo e também não retorna”. Em outra narrativa, “A nativa ia com seu amado (esposo) e o esperava na praia com o felino. Ele não retornou e ela foi ao seu encontro, porém também não regressou.”
Assim, nas três versões, o felino fica sozinho sobre a pedra e morre por tristeza e falta de alimentação. Os nativos retiraram seu corpo do local e entenderam o motivo de sua morte ao darem falta da jovem Temiminó. Qual é a versão verdadeira? Eles realmente existiram? O tempo passou e essa história foi à frente pelo povo insulano.
Uma coisa é certa, ali é a Pedra do Maracajá. Seja a Onça ou Maracajá que você queira chamar, o importante é que ele está lá, sempre de guarda, a espera daquela que lhe dava o amor e afeto que tanto valorizava: um “Totem” dando cuidado e proteção povo insulano.
Viva a nossa Ilha que tem muitas histórias por todos os lados.
Foto Onça na Pedra: Juberto SantosTexto: Juberto Santos | @jubertosantoosFonte: Ilha Noticias – www.ilhanoticias.com.br

Fonte: https://radioyande.com/default.php?pagina=blog.php&site_id=975&pagina_id=21862&tipo=post&post_id=907

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