Elisa Loncón (mapuche) e Isabel Godoy (colla) estarão à frente da Convenção Constituinte do Chile que enterrará era Pinochet e mira Estado plurinacional

São Paulo – A constituinte Elisa Loncón, da etnia Mapuche e pesquisadora acadêmica, foi eleita presidenta da Convenção Constitucional que pretende enterrar a carta imposta ao país pelo ditador Augusto Pinochet em 1980. O general governou o Chile entre 1973 e 1990 numa das mais sangrentas ditaduras da América Latina. Já a Convenção Constituinte foi resultado de uma gigantesca mobilização social que ocupou as ruas do Chile em novembro de 2019, com forte protagonismo da juventude, mulheres e povos originários. Seus representantes integrantes foram eleitos em 16 de maio, com expressiva votação dos independentes de esquerda, sem vinculação partidária. A paridade de gênero, conquistada junto com a convocação da constituinte, foi umas experiência inédita no mundo, agora consolidada com a escolha de Elisa.


Aviso de correção: Isabel Godoy, da comunidade originária colla, não foi eleita vice-presidenta da constituinte chilena, conforme informava equivocadamente este texto, corrigido pela RBA. O vice-presidente eleito é o advogado constitucional Jaime Bassa, constituinte de uma lista de esquerda da região de Valparaíso.


Independentes e paridade de gênero colocam constituinte chilena na vanguarda


A Convenção Constituinte do Chile foi instalada neste domingo (4) e a eleição ocorreu por ampla maioria: 96 dos 155 votos. “Estamos instalando aqui uma forma de ser plural, de ser democráticos e participativos. Portanto, esta convenção vai transformar o Chile em um Chile plurinacional”, disse Elisa Loncón. Desse modo, a constituinte mapuche assinala um dos pontos de tensão nos debates do próximos meses, como informa o jornal Página 12. Isso porque, sob o ponto de vista das comunidades originárias, a renovação – “estabelecer direitos sociais e cuidar da Mãe Terra” – exige ruptura com a estrutura neoliberal erguida depois de Pinochet.

Dos 155 os congressistas eleitos, 77 mulheres e 78 homens eleitos, 17 cadeiras pertencem aos povos indígenas do Chile. Elisa Loncón é doutora em Linguística e ativista dos direitos educativos e linguísticos dos povos indígenas. “Este sonho é dos nossos antepassados, este sonho se faz realidade, é possível refundar este Chile, estabelecer uma nova relação entre as nações originárias e todas as nações que conformam este país”, disse.

 

Fonte: https://www.redebrasilatual.com.br/mundo/2021/07/constituinte-do-chile-mulheres-estado-plurinacional/

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