Segundo a ministra, preservação não é mais escolha, mas “obrigação” dos governantes
São Paulo – No evento que marcou a divulgação dos dados do Censo do IBGE sobre a população indígena no Brasil, em Belém, as ministras Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) enfatizaram a importância das informações para efeito de inclusão e de políticas políticas. E até para o combate à violência contra as comunidades tradicionais. Para Sonia, o uso sustentável da terra e a proteção dos povos indígenas “não pode ser mais uma escolha, tem que ser uma obrigação dos chefes de Estado”.
A ministra mencionou, inclusive, a preocupante situação ambiental do planeta. “Nós estamos numa emergência climática em que nós, povos indígenas, nos apresentamos como solução”, afirmou, ao mesmo em que pediu paz nos territórios e no campo. “São vidas, são direitos que precisam ser garantidos.” Para Sonia, o Censo pode significar um “marco temporal do protagonismo indígena”.
Espíritos “estão se enfurecendo”
O cacique Raoni também fez menção ao clima. “Vamos ter que nos unir para proteger o que resta de floresta e recursos naturais. Podemos ter problemas muito sérios se a gente não se unir”, advertiu. Ele afirmou que os espíritos – das águas, ventos, chuvas – “estão se enfurecendo”. E lembrou que conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o compromisso de “apoiar efetivamente” a preservação do meio ambiente. “Essa pauta tem que ser de todos, inclusive de deputados que pesam diferente de nós”, disse Raoni.
Presidente interino do IBGE, Cimar Azeredo falou em “redescoberta” do Brasil, com participação efetiva dos indígenas. E a ministra Simone Tebet enfatizou que o atual governo investiu na realização do Censo, que sob a gestão anterior estava “uma bagunça”. “Colocamos mais R$ 380 milhões no Censo brasileiro, para que pudéssemos ir onde o Brasil não se enxergava.” Ela participou de ritual com os indígenas e citou versos de Tocando em Frente, de Almir Sater e Renato Teixeira.
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