A Primeira Oficina de Formação dos Comunicadores Indígenas do Rio Negro em São Gabriel da Cachoeira no Amazonas foi realizada pela Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) junto ao ISA – Instituto Socioambiental com o apoio da União Europeia, entre os dias dia 30 de outubro até 03 de Novembro de 2017.
Wayuri é quando se fala em trabalho coletivo em Nheengatu. Ele é o informativo editado pelo Setor de Comunicação (SETCOM) da FOIRN, circula no formato impresso nas comunidades indígenas do Rio Negro através da distribuição gratuita e nas instituições locais. Desde 2013 as edições passaram a ser também disponibilizadas no internet para os leitores online. Agora ganha sua versão em áudio através da rede de comunicadores indígenas. São Gabriel da Cachoeira é um município com três línguas indígenas como co-oficiais, Baniwa, Nheengatu e Tukano, o que torna favorável produções de áudio em línguas indígenas além do português.
O diagnóstico da comunicação apresentado pela jornalista Juliana Radler da Foirn no primeiro semestre de 2017 revelou a necessidade de melhor articulação com um projeto de fortalecimento da comunicação na região, em encontro dos objetivos da elaboração dos planos de gestão territorial e ambiental (PGTAs) das TIs,voltados para  governança e autonomia indígena em seus territórios.

Fotos: Ray Baniwa – FOIRN

 

A Rádio Yandê também participou da oficina de formação dos comunicadores indígenas do Rio Negro.

O comunicador Anápuáka Muniz e a jornalista Renata Machado compartilharam saberes, informações e dicas importantes aos comunicadores indígenas, mostrando também um pouco da história da comunicação indígena no Brasil. Falaram sobre as dificuldades e obstáculos que um comunicador indígena enfrenta, das diferentes mídias, formas de produção e edição.

A oficina contou no primeiro dia com uma inspiradora Roda de Conversa “Novas histórias que precisam ser contadas. Como nos tornamos os novos narradores do Rio Negro ?”.Todos os participantes falaram um pouco sobre seus pensamentos, ideias e fizeram uma troca de experiências. Os principais pensamentos e afirmações de cada um foram escritos para compor o material de apoio durante a oficina.

André Baniwa alertou sobre as tradições e o mundo de fora da comunidade. A importância da transmissão de conhecimento tradicional para os jovens, desafio da formação e força politica na comunicação.
Dona Cecilia Albuquerque falou sobre o fato das mulheres terem vergonha de falar, não serem convidadas e como ocorreram mudanças no passado que permitiram maior participação feminina. Falar em suas línguas deixava elas a vontade para se expressarem.
Brás França da etnia Baré, ex presidente da Foirn, trouxe um pouco de seu conhecimento sobre o movimento indígena, obstáculos enfrentados e conquistas. Ele mostrou como muita comunicação indígena foi necessária na formação do movimento.
Fotos:Rádio Yandê
Bonifácio Baniwa lembrou de como utilizavam um gravadorzinho para gravar lideranças e o desafio de trazer informações para dentro e fora da comunidade indígena.
Claudia Ferraz da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Comunicadores (Renajoc), um grupo independente de jovens que fortalece a juventude indígena na cidade de São Gabriel da Cachoeira, mostrou como é trabalhar com a juventude indígena e as dificuldades enfrentadas pelos jovens comunicadores na cidade.
Renata Machado da Yandê, afirmou como é comunicar com identidade e dos comunicadores não esquecerem quem são e a comunicação gerar o poder de trazer mudanças.
Foto: Ray Baniwa – FOIRN

O desenho é do artista da etnia dessana Feliciano Lana

A Rede de Comunicadores indígenas do Rio Negro é composta por 14 indígenas de 7 etnias.

Claudia Ferraz, São Gabriel da Cachoeira

Mário Galvão Noronha, Iauaretê/Waupés.

Edilson Ramos, São Pedro, Alto Tiquié.

Maguinês Campos, Pari Cachoeira/Alto Tiquié.

Plínio Guilherme Marcos, Tunuí Cachoeira/Médio Içana.

Cleiciane Teixeira, Cucuí/Alto Rio Negro.

Laura Martins, Assunção do Içana.

Marcivaldo, Taracuá/Médio Waupés.

Estrelina Macêdo, Maturacá.

João Nilton, Maturacá.

Jucilaura Tomás, Cauburis/Barcelos.

Moisés Luiz, Itacoatiara Mirin/São Gabriel da Cachoeira.

Cássio Gabriel, Santa Isabel do Rio Negro.

Adilson da Silva, Acariquara/Santa Isabel do Rio Negro.

Primeiro boletim Wayuri produzido durante a I Oficina de Formação da Rede de Comunicadores Indígenas do Rio Negro.

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Redação Yandê

FONTE: http://radioyande.com/default.php?pagina=blog.php&site_id=975&pagina_id=21862&tipo=post&post_id=753

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