Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazon Watch.

Saiba o que teve de mais importante no monitoramento do Observatório dos Direitos e Políticas Indigenistas na última semana (22-28/02).

Grandes bancos brasileiros, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa estão entre os financiadores dos gigantes da mineração que querem atuar em Terras Indígenas. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e a ONG Amazon Watch lançaram a quarta edição do relatório Cumplicidade na Destruição, que investiga projetos executados por grandes mineradoras através de investimentos e empréstimos. Entre 2016 e 2021, nove mineradoras receberam US$ 54 bi. As mineradoras que têm interesse em atuar em TIs são a Vale, Anglo American, Belo Sun, Potássio do Brasil, Mineração Taboca, Mamoré Mineração e Metalurgia (ambas do grupo Minsur), Glencore, Anglogold Ashanti e Rio Tinto. Elas têm 225 requerimentos ativos com sobreposição a 34 terras indígenas. Leia mais na reportagem do Brasil de Fato. O Cimi mostra que com o avanço dos projetos de lei 191/2020 e 490/2007, essas mineradoras podem ganhar prioridade para exploração nas TIs. Os requerimentos afetam fortemente a TI Xikrin do Cateté (PA) e a TI Waimiri Atroari (AM), ambas com 34 requerimentos cada, seguidas pela TI Sawré Muybu (PA), com 21. “Os danos da mineração ao meio ambiente e à vida dos povos da floresta são brutais e pioraram muito no governo Bolsonaro”, destaca Ana Paula Vargas, diretora de Programas para o Brasil da Amazon Watch. 

Ainda sobre a mineração, a Cooperativa de Garimpeiros e Mineradores de Ourilândia e Região (Cooperouri), ligada ao senador Zequinha Marinho (PSC-PA) está sendo investigada pela Polícia Federal sob suspeita de integrar uma grande organização criminosa que atua na extração clandestina de ouro no sul do Pará. Entre junho de 2019 e junho de 2020, a cooperativa movimentou R$ 57 milhões em suas contas, com depósitos para pessoas investigadas por envolvimento com o garimpo ilegal. Leia mais no Repórter Brasil. 

O pronunciamento da ministra de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, causou reações críticas. O Cimi repudiou os dados distorcidos e descolados do real quadro de violações de direitos dos povos indígenas apresentados por Damares. A ministra citou dados errados sobre a vacinação dos povos indígenas, também mentiu sobre uma suposta “regularização fundiária”, que na verdade se refere à titulação privada de invasores de terras protegidas e de territórios indígenas, e distorceu fatos sobre a proteção da Amazônia. Leia mais. Ainda na primeira sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), diversas organizações indígenas denunciaram o aumento da violência contra os povos originários no Brasil, a constância dos discursos de ódio e a política anti-indígena adotada pelo governo federal.

Thank you for your upload