Foto: Mídia Ninja

Saiba o que teve de mais importante no monitoramento do Observatório dos Direitos e Políticas Indigenistas na última semana (18/04-24/04).

No dia 19 de abril é comemorado no Brasil o “Dia do Índio”. A data faz referência ao Congresso Indigenista Interamericano, que aconteceu no México em 1940, mas contou com protestos de povos indígenas e foi comandado por líderes políticos brancos. O escritor Daniel Munduruku explica que a palavra índio foi usada pelos colonizadores em 1500, que pensavam estar nas Índias, e remete à folclorização, estereótipo e inferiorização do outro. Por outro lado, a palavra indígena significa originário. “A palavra ‘indígena’ diz muito mais a nosso respeito do que a palavra ‘índio’. Indígena quer dizer originário, aquele que está ali antes dos outros”, defendeu Munduruku em entrevista à BBC News. Leia mais

No Senado, diversos senadores falaram em favor dos povos indígenas. De modo genérico, o presidente da casa, Rodrigo Pacheco (PSD), disse que o país “possui uma dívida considerável para com as populações indígenas”. Outros senadores foram mais enfáticos na defesa aos povos indígenas, como Paulo Paim (PT), que cobrou a Comissão de Direitos Humanos (CDH) a investigar denúncias de garimpeiros em terras yanomâmis, Paulo Rocha (PT), que pediu que os parlamentares barrassem o pacote de destruição que inclui o PL 191/2020, e Leila Barros (PDT), que denunciou o desmonte da Funai pelo Governo Federal. Leia mais. 

Divulgado no dia 19 de abril, levantamento do MapBiomas mostrou que a área ocupada pelo garimpo dentro de Terras Indígenas cresceu 495% entre 2010 e 2020. De forma esperada, os maiores aumentos aconteceram durante o governo Bolsonaro, que tenta mudar a legislação para permitir a mineração em Terras Indígenas. 

Essa semana também marcou o aniversário de 25 anos do assassinato de Galdino Jesus dos Santos, indígena da etnia pataxó-hã-hã-hãe. Ele foi assassinado de forma cruel em 19 de abril de 1997 por cinco homens de classe média alta de Brasília, incluindo um menor de idade. Reportagem do Brasil de Fato mostra que todos eles estão na elite do funcionalismo em Brasília, com altos salários. Os assassinos maiores de 18 anos foram condenados a 14 anos de prisão em 2001 pelo júri popular, mas já em 2004 nenhum deles estava preso. 

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