Foto: Victor Moriyama – nov.2019/ISA

Saiba o que teve de mais importante no monitoramento do Observatório dos Direitos e Políticas Indigenistas na última semana (26/05-31/05).

30 anos depois da homologação da TI Yanomami, os indígenas da região enfrentam as piores ameaças: desmatamento, garimpo ilegal e problemas de saúde. Reportagem da Folha de S. Paulo recupera texto de 1979 dizendo que os Yanomamis estavam ameaçados de extinção, mostrando que o martírio é antigo. “Mil índios mortos por doenças viróticas e grupos inteiros reduzidos à mendicância e à prostituição. Uns poucos foram recrutados como sub-mão de obra para o inesgotável trabalho das serrarias ou, nas fazendas, como vaqueiros, para zelar por seu próprio flagelo: o boi”, diz o texto. Já na década de 1980, houve a invasão de 30 ou 40 mil garimpeiros, resultando na morte de cerca de 20% dos indígenas. Em 1992, o então presidente Collor homologou a TI. Hoje, apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que defende a mineração em Terras Indígenas, os garimpeiros promovem uma tentativa de destruição, somada a denúncias de violência, estupro, assassinato, além do desmatamento. 

Em um debate promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados, o procurador da República Alisson Marugal disse que o garimpo ilegal é o principal fator de risco para os yanomami. O objetivo da audiência era discutir formas de aumentar a proteção de crianças e mulheres indígenas: o relatório da Associação Yanomami Hutukara mostra que o avanço da garimpagem impacta diretamente 273 comunidades e 56% de toda a população. Para o procurador, a violência sexual na TI tem crescido, assim como a dificuldade de fiscalização – são enfretadas barreiras linguisticas, culturais e também a omissão do governo. “Em muitos pontos, o garimpo na terra indígena se sobrepõe às comunidades, trazendo intensos impactos socioambientais, além da exploração sexual das mulheres, crianças e adolescentes”, afirmou. 

Ministério Indígena. Eleita pela Time uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, a pré-candidata à Câmara dos Deputados Sonia Guajajara (PSOL) disse, em entrevista ao Brasil de Fato, que os povos indígenas querem um Ministério e a presidência da Funai. “Mas nós queremos também reformular a Funai e que nós teremos um indígena ocupando a presidência. Nunca teve na história e a gente também nunca quis, enquanto movimento indígena. Mas, agora a gente quer, sim, a presidência da Funai. Queremos, sim, o Ministério e queremos também participar das discussões de outras políticas”, disse. Leia a entrevista completa.

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