Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Saiba o que teve de mais importante no monitoramento do Observatório dos Direitos e Políticas Indigenistas na última semana (03/10-09/10).

Indígenas eleitos. De acordo com a Câmara dos Deputados, cinco indígenas foram eleitos no pleito de 2 de outubro. Sônia Guajajara e Célia Xakriabá, pelo PSOL, Juliana Cardoso e Paulo José Carlos Guedes, pelo PT, e Silvia Waiãpi, pelo PL. Os candidatos da Bancada Indígenas, proposta pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), receberam quase 500 mil votos. Além de Célia e Sônia, eleitas com 101.154 votos e 156.966 votos, respectivamente, outros destaques foram as candidatas Vanda Witoto (Rede-AM), que recebeu 25.382 votos, e Joênia Wapichana (Rede-RR), com 11.221 votos. Nenhuma das duas foi eleita. Kerexu Guarani recebeu 35.215 votos em Santa Catarina. Para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), Chirley Pankará (Psol) conseguiu 27.802 votos, mas não foi eleita. Todos os citados são candidatos fortes para as próximas eleições municipais em 2024 e nacionais em 2026. 

Silvia Waiãpi (PL-AP) é apoiadora de Jair Bolsonaro, próxima a Damares Alves e já chefiou a Sesai (Secretaria de Saúde Indígena). Quando estava no cargo, Sônia Guajajara liderou um protesto contra sua gestão. Agora, as duas devem estar em lados opostos da Câmara. “Quem representa Bolsonaro não representa a luta dos povos indígenas, então eu e Silvia estaremos em lados opostos, mas está valendo”, disse Guajajara à Folha.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Célia Xakriabá disse que o racismo impede que mais indígenas entrem na política institucional. “As pessoas acham bonito o nosso cocar, mas dizem que ‘lugar de indígena é no mato, na aldeia’. Mas como, se na aldeia existem os conflitos territoriais? Mesmo não sendo nem 1% da população brasileira, nós protegemos 80% da biodiversidade do mundo, segundo a ONU, que também disse que os indígenas são a principal solução para as mudanças climáticas. Se somos bons para isso, somos mais que bons para cuidar do Planalto. No entanto, nós precisamos superar esse racismo da ausência”, disse. Leia mais

Mais violência. Na Terra Indígenas Yanomami, em Roraima, cinco indígenas do povo Xirixana foram atacados por um grupo de garimpeiros. Os garimpeiros mataram Cleomar Xirixana, liderança do povo, e deixaram um adolescente gravemente ferido, baleado no rosto e na nuca. “É de extrema gravidade que Yanomamis reunidos pacificamente nas mediações de sua própria comunidade sejam friamente atacados por armas de fogo, levando à morte e ferimentos graves”, diz a nota da Hulukara Associação Yanomami.

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