Foto: Apib
Saiba o que teve de mais importante no monitoramento do Observatório dos Direitos e Políticas Indigenistas na última semana (03/07-09/07).
O corpo de uma menina indígena de sete anos foi encontrado no rio Parima, na Terra Indígena Yanomami, pelo Corpo de Bombeiros. A criança foi morta durante um ataque à sua aldeia, e sua mãe e outros cinco indígenas ficaram feridos. Júnior Hekurari, presidente da Urihi Associação Yanomami e do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami (Condisi-Y), disse que o ataque foi perpetrado por indígenas aliciados por garimpeiros: “garimpeiros estão aliciando os indígenas do Xitei, Parima, Aracaça, Tirei, Wathóu, que estão recebendo muitas armas, eu vi, só não deixaram eu tirar fotos. Eles falam que os garimpeiros dão as armas para que eles se defendam”, disse em entrevista ao portal Amazônia Real. A Polícia Federal trabalha com a mesma tese, de que os garimpeiros querem causar divisões e conflitos entre aldeias. “Os aliciadores abordam os indígenas em locais frequentados para receber atendimento de saúde, realizar serviços bancários ou para comprar ferramentas agrícolas, roupas, material de higiene entre outros objetos”, diz um trecho do relatório elaborado pela Hutukara Associação Yanomami em abril de 2022. Para as lideranças da região, a TI Yanomami não está sob controle das forças nacionais e o garimpo continua em atividade. “Os garimpeiros continuam atuando dentro do território, mesmo com diminuição da atividade e apesar do zero alerta indicado pela Polícia Federal”, diz uma nota da Hutukara Associação Yanomami.
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira condenaram a violência ocorrida na TI Yanomami. Segundo as entidades, o território Yanomami continua sofrendo com o aumento da violência ocasionada pelo garimpo ilegal na região, incentivado no governo no ex-presidente Bolsonaro. “Sob a presidência de Lula, ansiamos que medidas mais incisivas e efetivas sejam adotadas para estancar as sistemáticas violências e violações dos direitos humanos que vitimam constantemente os povos indígenas, especialmente membros do povo Yanomami”, afirmam Apib e Coiab.
Marco Temporal. Em reunião da ONU, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) denunciou o genocídio dos povos indígenas no Brasil e os riscos que a aprovação do Marco Temporal traz para esses povos. Saiba mais.
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