Foto: Acervo/Funai
Saiba o que teve de mais importante no monitoramento do Observatório dos Direitos e Políticas Indigenistas na última semana (07/08-13/08).
O Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o Brasil tem 1.693.535 indígenas, 0,83% do total da população. Mais da metade desses indígenas está concentrada na Amazônia Legal. Desde 2010, ano do último censo, a população indígena quase dobrou. Há 12 anos, eram 896.917 indígenas. Para o IBGE, esse crescimento é explicado por mudanças metodológicas no questionário aplicado. “Existe o fato de termos ampliado a pergunta ‘você se considera indígena?’ para fora das terras indígenas. Em 2010, vimos que 15,3% da população que respondeu dentro das Terras Indígenas que era indígena vieram por esse quesito de declaração”, explica Marta Antunes, responsável pelo projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE. A Terra Indígena Yanomami, nos estados do Amazonas e Roraima, tem a maior população indígenas do Brasil: são 27.152 habitantes. Ela é seguida de perto pela Raposa Serra do Sol (RR), com 26.176 habitantes indígenas.
Para a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, o aumento também pode ser explicado pelo avanço da autodeclaração. “Não se assumia o que era porque tinha medo de morrer. Tinha ordem para matar indígena. Por um período muito difícil, povos indígenas, muitos no Nordeste brasileiro, negavam sua identidade para não morrer”, disse a ministra. “”Foi muito surpreendente [o resultado]. Pode ser porque antes não se contava diretamente ou pode ser que, assim como foi durante toda a nossa história, povos indígenas negavam sua própria identidade com medo da violência”.
Indígenas baleados. Três lideranças do povo Tembé foram baleados por seguranças da empresa Brasil BioFuels (BBF), produtora de óleo de palma, no Pará. Os indígenas protestavam na frente da empresa, que já havia liderança da comunidade, Kauã Tembé, de 19 anos. Saiba mais.
Marco temporal no Senado. A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado agendou para 16 de agosto a votação do PL 2.903/2023, o projeto do marco temporal, que já foi aprovado pela Câmara. Na Comissão, o parecer da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) será favorável.
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