Curso realizado pela Sesai em parceria com SGETS, Universidade Federal do Amazonas e Escola Técnica do SUS (AM) vai capacitar mais de 1.500 indígenas que já atuam junto aos DSEIs
O estado do Amazonas foi escolhido para o início da implantação do curso voltado para os Agentes Indígenas de Saúde e de Saneamento (AIS e AISAN) que atuam junto aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) da região.
Desde o mês de junho mais de 1.500 trabalhadores indígenas estão sendo capacitados para ampliar as ações de saúde indígena junto a uma população que chega a quase 200 mil. Na ocasião, foram ofertadas 1.530 vagas para os 7 DSEIs do Amazonas: Alto Rio Negro, Alto Rio Solimões, Médio Rio Purus, Médio Rio Solimões e Afluentes, Parintins, Manaus e Vale do Javari.
Com carga horária de 500 horas para AIS e de 420 horas para AISAN, o curso intercala momentos de concentração, com 80 horas/aula, e de dispersão, nas aldeias, onde os agentes desenvolvem atividades relacionadas aos conteúdos aprendidos nas aulas, contando com apoio de supervisor de campo.
Salustio Marcos, da etnia Tikuna, que atua há 18 anos como AIS na comunidade São Domingos, no DSEI Alto Rio Solimões, na tríplice fronteira no extremo oeste do estado amazonense, destaca a importância da capacitação. “Antes faltava essa capacitação pra gente, e com o curso vamos adquirir mais conhecimento. Com o ensinamento iremos trabalhar com mais dedicação junto ao nosso povo, principalmente, como saber melhor receber e orientar os pacientes na comunidade”, afirmou.
Para a AIS Ronilza Vel, que atua como AIS há apenas 2 meses, a capacitação vai ajudar a conhecer e desenvolver o trabalho. “Vai melhorar a nossa atuação para ajudar o nosso povo. Estamos aprendendo muito nesse curso. Vou poder contribuir ajudando a população, facilitando o conhecimento e qualificando as ações de saúde a serem desenvolvidas na nossa comunidade”, destacou.
O AISAN da etnia Tukano, Bartolomeu Fernandes, que atua há 2 anos na comunidade Balaio, no DSEI Alto Rio Negro, destaca o ineditismo do curso e valorização da força de trabalho do povo indígena. “É a primeira vez que recebemos uma capacitação dessa forma. Acho que poderemos ajudar ainda mais, pois teremos mais entendimento e conhecimento para apoiar no tratamento de saúde dos nossos parentes”, lembrou.
Para a assessora técnica da Sesai, Vera Lopes, a qualificação dos AIS e AISAN atende uma recomendação de todas as Conferências Nacionais de Saúde Indígena. “Este Programa busca responder as recomendações das Conferências valorizando a atuação dos Agentes nas Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI). Com acesso a uma formação de qualidade, os trabalhadores indígenas contribuem de forma mais eficaz para as ações de saúde e fortalecem a capacidade das equipes na abordagem intercultural em cada comunidade. Com a parceria das Universidades Federais e Escolas Técnicas do SUS, o Programa garante a certificação adequada no processo de qualificação”, informou.
O curso
O Programa de Qualificação de Agentes Indígenas de Saúde foi idealizado para fortalecer a organização dos serviços de atenção primária nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs).
Os AIS e AISAN fazem parte das equipes de saúde indígena e são os principais interlocutores com os especialistas na medicina tradicional indígena. Daí a importância estratégica dos Agentes nos serviços de Saúde Indígena e a necessidade de sua qualificação, que visa, de forma inédita, capacitar cerca de 7 mil indígenas por todo o país, que atuam junto a uma população de 770 mil indígenas.
A iniciativa do Ministério da Saúde é realizada pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI/MS), e pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGETS/MS).
Por Tiago Pegon, do Nucom Sesai
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