Um dos destaques foi a realização de uma oficina de grafismo indígena e pintura de murais promovida por jovens artistas Yanomami, além da apresentação de iniciativas do ministério de resposta à crise humanitária na região
Agendas incluíram oficinas, debates e visitas a equipamentos de atendimento a essas populações (Foto: Rafael Francisco/MDHC)
Entre os dias 8 e 11 julho, representantes do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) participaram de uma série de agendas interinstitucionais com foco em ações de proteção e promoção dos direitos dos povos indígenas Yanomami e Ye’kwana e de migrantes indígenas Warao, em Boa Vista (RR). A ação foi realizada em parceria com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e outras instituições.
Na terça-feira (8), os compromissos se concentraram no Centro de Referência em Direitos Humanos Yanomami e Ye’kwana (CREDHYY) e no Centro de Atendimento Integrado à Criança Yanomami e Ye’kwana (CAICYY), durante a tarde. No espaço, foi realizada uma oficina de grafismo indígena e pintura de murais promovida por jovens artistas Yanomami. A atividade foi acompanhada por uma miniexposição de artesanato dos indígenas migrantes venezuelanos Warao.
No mesmo dia, a chefe do gabinete ministerial dos Direitos Humanos e da Cidadania, Lene Teixeira, e a chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos do MDHC, Sueli Vieira, participaram de uma reunião no Fórum Cível Advogado Sobral Pinto, tratando da agenda de proteção territorial e desintrusão, conduzida pela Funai, fundamental para a defesa da Terra Indígena Yanomami e o enfrentamento ao garimpo ilegal.
Já na quarta-feira (9), representantes do MDHC ministraram oficina sobre direitos humanos e o papel dos centros Yanomami e Ye’kwana, reforçando sua atuação pela educação da juventude indígena; além de ofertar uma aula de comunicação para colaboradores do CREDHYY e CAICYY que tratou de conceitos de comunicação como direito, ferramenta de resistência, preservação cultural, ética e responsabilidade.
Os integrantes da comitiva do ministério participaram ainda de debates sobre proteção social, educação e cultura, em plenárias organizadas pela Funai, na quinta-feira (10). Na ocasião, foram apresentados os avanços do MDHC após a crise humanitária dos Yanomami e a criação do CREDHYY e CAICYY.
Lene Teixeira ressaltou que a resposta tem sido fundamental para garantir a chegada de políticas públicas à região. “Temos aqui dois equipamentos inéditos idealizados pelo Governo Federal para atuação na maior Terra Indígena do país, o território Yanomami, localizado nos estados de Roraima e Amazonas. Estamos criando uma iniciativa pública duradoura, respeitosa e alinhada aos saberes ancestrais. Queremos que toda essa população tenha acesso às possibilidades aqui proporcionadas”, frisou.
Os compromissos incluíram ainda um jantar com o líder Yanomami, Davi Kopenawa, para escuta de demandas dos povos indígenas.
Migrantes
No último dia das agendas em Boa Vista, sexta-feira (11), foram realizadas visitas ao Hospital da Criança e a abrigos da Operação Acolhida, incluindo o maior abrigo de indígenas migrantes da América Latina. O objetivo foi compreender os desafios da política de acolhimento e a necessidade de articulação intersetorial para garantir direitos à população indígena em situação de mobilidade forçada.
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Texto: E.G.
Edição: L.M.
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