O primeiro intercâmbio de mulheres da região Serra da Lua iniciou na quarta-feira (24), na comunidade indígena Moscou, município de Bonfim, com a participação de mulheres de 17 comunidades: artesãs, da medicina tradicional, professoras, mães, pajé e convidadas que estão compartilhando conhecimentos para fortalecer as iniciativas desenvolvidas por elas no território.
A programação conta com oficinas de artesanato, corte e costura, biojoias, panificação, curso de empreendedorismo, economia sustentável e curso de beleza, além de palestras sobre a falta de direito às políticas públicas para as mulheres e a importância dos regimentos das comunidades.
O intercâmbio também terá capacitação sobre introdução orgânica de maracujá e batata-doce, produção de mudas após a colheita, hortas em pequenos espaços, sistemas de plantio direto e compostagem.
Conforme Aldenicia Cadete, coordenadora regional de mulheres, abordar todos esses temas é importante para manter as mulheres informadas sobre os direitos e, principalmente, capacitá-las para que tenham autonomia nas mais diversas áreas.
“Vamos ter oficinas, formação e palestras, e isso é importante para as mulheres. Falar dos direitos e também dos alimentos orgânicos, dos que não são transgênicos e dos alimentos sem agrotóxicos é fundamental para a saúde da mulher e do nosso território indígena, além dos cuidados nas mudanças climáticas”, explicou a coordenadora.

Ao longo dos dias, haverá exposição de artesanatos e das produções feitas pelas mulheres da região Serra da Lua, que retiram a matéria-prima do próprio território.
É o caso de Eliana Isabela, moradora da comunidade Tabalascada. A jovem comunicadora e artesã apresentou os trabalhos feitos pelas Artes Pimidy e compartilhou com as demais como faz para vender os produtos, que já são comercializados até em outros estados.
Juberlita Rocha, coordenadora de mulheres na comunidade Tabalascada, participa do intercâmbio e destacou que o evento e a união das mulheres são fundamentais.
“Essa união das mulheres é muito importante, principalmente para salvar a natureza, no caso do reflorestamento, para não perdermos as sementes nativas em nossos territórios”, expressou Juberlita.
Participam do evento lideranças tradicionais, tuxauas e tuxauas, além dos jovens da região. Entre eles, Mário Nicácio, conselheiro fiscal do Fundo Podáali, que destacou a relevância dos trabalhos das mulheres nas bases, no movimento indígena e nos espaços de incidência nacional e internacional, ressaltando a luta pelo bem viver dos povos indígenas. Ele também parabenizou os projetos selecionados pelo fundo e frisou que o próximo edital do Fundo Podáali será lançado em breve.
Texto: Helena Leocádio- ASCOM/CIR.
Fotos e Informações: Charleni Wapichana- Comunicadora Wakywaa- Serra da Lua.
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