O Conselho Indígena de Roraima (CIR), por meio do Centro Indígena de Formação e Cultura Raposa Serra do Sol (CIFCRSS) e do Departamento de Gestão Territorial, Ambiental e Mudanças Climáticas (DGTAMC), foi selecionado para receber o Prêmio Ciências Indígenas, do Podáali, Fundo Indígena da Amazônia Brasileira, na categoria A, com o projeto Produções Sustentáveis de Agroflorestais e Tradicionais, do CIFCRSS, e na categoria C, com o projeto Coletivo de Brigadas Comunitárias Indígenas de Roraima, do DGTAMC.

A equipe do Podáali, formada pela assessora de comunicação Ariene Susui, pela técnica de projetos Láiza Albuquerque e pelo consultor em filmaker Renato Helena, em parceria com Charles Nogueira, comunicador do CIR, esteve entre os dias 13 e 15 de outubro visitando a sede do CIR e os projetos localizados nas comunidades Barro, região Surumu, Terra Indígena Raposa Serra do Sol, e Sucuba, região Alto Cauamé, com o objetivo de gravar um filme institucional sobre as ações contempladas e seus resultados no território.

A coordenadora administrativa do CIFCRSS, Clemilse Taurepang, apresentou o Sistema Agroflorestal (SAF), onde são cultivadas plantas nativas madeiráveis e frutíferas, além de sementes tradicionais, com o objetivo de reflorestar áreas degradadas pelo fogo e pelo desmatamento.

“Para nós, receber esse prêmio é muito gratificante e importante. Mostrar que somos capazes é um projeto de vivência, não só para o hoje, mas para o futuro. É um projeto de vida”, afirmou Taurepang.

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Recepção e entrevistas realizadas no CIFCRSS. ( Fotos: Charles Taurepang e Rede Wakywaa CIFCRSS).

Além da produção sustentável, o prêmio também reconheceu o trabalho desenvolvido pelo DGTAMC com o projeto Coletivo de Brigadas Comunitárias Indígenas de Roraima.

A Brigada Feminina Pataxibas, com sede na comunidade Sucuba, região Alto Cauamé, recebeu a visita da equipe, que conheceu um pouco da trajetória do grupo, criado em 2024 com 22 integrantes. Hoje, as mulheres que compõem a brigada também atuam nas regiões Wai Wai, Tabaio, Surumu e Murupu, com o objetivo de ampliar a formação de novas integrantes e fortalecer as ações de prevenção e combate aos incêndios florestais nas comunidades, promovendo a proteção ambiental e a segurança dos territórios indígenas.

Na ocasião, a equipe do Podáali conheceu o funcionamento da Sala de Situação do CIR, um espaço que vem fortalecendo o cuidado com o território. É lá que acontece o monitoramento dos focos de queimadas e das condições do tempo, com apoio do sistema Pantera, que permite acompanhar as informações por satélite. A cada alerta, a equipe se mobiliza para repassar os dados às regiões e apoiar as brigadas nas ações de prevenção e resposta rápida. Esse trabalho, coordenado pela brigadista Ana Paula Wapichana, tem sido essencial para proteger as florestas, as comunidades e a vida nos territórios indígenas.

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Brigada Pataxibas durante filmagem e ação na base. (Fotos: Charles Taurepang).

Ana Paula afirma que o trabalho das Pataxibas é de suma importância dentro dos territórios, seja realizando o manejo do fogo, ministrando palestras para as comunidades ou promovendo o reflorestamento por meio dos viveiros de sementes nativas que cultivam. Ela reforça: “Trabalhamos unindo saberes ancestrais e tecnologia. Receber este prêmio reconhece nosso trabalho. É um privilégio enquanto mulheres. Cuidem do planeta e busquem conhecimento. Nós, Pataxibas, somos as guardiãs das florestas, somos capazes de cuidar e de dizer não à devastação causada pelo fogo e sim ao reflorestamento e ao cuidado ambiental.”

O Podáali segue visitando outras iniciativas nos nove estados da Amazônia Legal contempladas com o Prêmio Ciências Indígenas – Soluções Ancestrais pelo Clima, pela Amazônia e por Todas as Vidas.

Fonte: https://cir.org.br/post/iniciativas-sustentaveis-do-cir-recebem-premio-ciencias-indigenas-do-podaali