A agenda desta terça-feira (11) iniciou com uma reunião no Caucus Indígena, onde as lideranças puderam compartilhar, junto a outros povos indígenas, os desafios dentro do espaço Blue Zone.

Representando o Conselho Indígena de Roraima (CIR), estavam presentes o tuxaua-geral Amarildo Macuxi, o vice-tuxaua-geral Paulo Ricardo, a tuxaua-geral do Movimento de Mulheres Indígenas de Roraima, Kelliane Wapichana, a co-presidente do Caucus Indígena, enviada especial pelos povos indígenas para a COP30 e coordenadora do Departamento de Gestão Territorial, Ambiental e Mudanças Climáticas (DGTAMC), Sineia do Vale, além de lideranças representando as etnorregiões de Roraima.

O segundo dia do evento mundial reuniu líderes globais para tratar do clima. Mas como falar sobre o clima sem ouvir quem protege o território? Para alinhar estratégias, as lideranças se reuniram em um espaço de discussão: o Caucus Indígena, o grande fórum de mudanças climáticas dos povos indígenas na UNFCCC.

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Lideranças Indígenas de Roraima participando da Reunião no Caucus Indígenas na Blue zone. Fotos: ASCOM/CIR

Sineia do Vale, co-presidenta do Caucus Indígena da UNFCCC, conduziu a mesa de reunião e recebeu a relatora especial da ONU sobre Direitos Humanos e Mudanças Climáticas, Elisa Morgera, onde na ocasião, entregou o Plano de Adaptação Indígena da região Amajari, e o Plano de Enfrentamento a Transformação do Tempo, da T.I. Raposa Serra do Sol, elaborados de forma participativa nas regiões e comunidades. Os documentos representam um marco na luta pela defesa dos territórios, pois reafirmam que os povos indígenas já possuem caminhos próprios e estratégias concretas para enfrentar os impactos das mudanças climáticas.

“As reuniões do Caucus ocorrem todos os dias pela manhã, e hoje tivemos a presença da relatora da ONU para questões climáticas e direitos humanos. É muito importante que os povos indígenas participem desses espaços para levarem suas experiências e desafios frente à crise climática. Eu, enquanto co-presidenta do Caucus Indígena, estou conduzindo esse momento”, afirmou Sineia.

Telmo Ribeiro, liderança da região Raposa, participa pela primeira vez de uma COP. Ele está credenciado para acompanhar os espaços de discussão na Blue Zone, uma oportunidade importante para levar a voz do povo Macuxi, como explicou o professor:

“Estou aqui participando pela primeira vez. Passei por vários espaços que abordam as mudanças climáticas, meio ambiente e outros temas. No território, trabalhamos na prática a adaptação às mudanças climáticas, e aqui pude ver a discussão embasada cientificamente sobre tudo aquilo que está afetando a vida dos povos indígenas. Nós deixamos o nosso recado: defendemos a natureza, que é a nossa casa e o nosso lar, e não queremos vê-la destruída”, expressou Telmo.

As lideranças também participaram, no Pavilhão da Ciência Planetária, do lançamento do Segundo Relatório de Avaliação da Amazônia, do Painel Científico para a Amazônia. O relatório destaca soluções inclusivas baseadas na ciência e recomendações de políticas públicas para fortalecer alianças, orientar ações e apoiar uma Amazônia resiliente e interconectada na COP30.

“Foi importante trazer os povos indígenas com seus conhecimentos científicos, juntamente com o conhecimento da academia e de pessoas renomadas, como o doutor Carlos Nobre, sobre o tema das mudanças climáticas. Sabemos que nós, povos indígenas, somos parte da solução para a questão do clima, principalmente com nosso conhecimento tradicional. Os povos indígenas estão desde sempre na Amazônia, fazendo a manutenção da biodiversidade e da água. É muito importante trazer esses conhecimentos para esse segundo relatório da Amazônia sobre as mudanças climáticas”, destacou Sineia.

Encerrando a agenda de atividades desta terça-feira, as lideranças estiveram presentes na abertura oficial da Aldeia COP, espaço voltado para receber as delegações indígenas de todo o país.

Fonte: https://cir.org.br/post/de-roraima-para-o-mundo-cir-marca-presenca-historica-em-importantes-espacos-de-dialogos-na-blue-zone-da-cop30-1