O fortalecimento das cadeias produtivas e o mapeamento de novos produtos no Rio Negro foram os temas do encontro realizado na comunidade Arurá, no Médio Rio Negro, município de São Gabriel da Cachoeira, nos dias 26 a 28 de agosto, e que contou com a participação de mais de 150 artesãos indígenas.

A iniciativa é da FOIRN, por meio do Departamento de Negócios e Casa de Produtores Indígenas, com apoio do ForEco e Instituto Socioambiental (Isa).

Ainda este ano serão realizados mais cinco encontros para discussão do fortalecimento das cadeias produtivas e da comercialização de novos produtos indígenas, propostas que constam nos Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTAs) dos Territórios dos Povos Indígenas do Rio Negro como forma de valorizar a cultura milenar dos povos e preservação dos territórios.

Participaram do encontro no Arurá artesãos das associações Acimrn (Associação das Comunidades Indígenas do Médio Rio Negro); Acir (Associação das Comunidades Indígenas e Ribeirinhas); Associação das Comunidades Indígenas do Baixo Rio Negro (Acibrn); Ahkoiwi (Associação Água e Terra); Amyk (Associação das Mulheres Yanomami  Kumirayôma); Ayrka (Associação Yanomami da Rio Cauburis e Alfuentes); e grupo de Artesãos da comunidade Yamado e Waruá.

Durante o encontro houve debates e compartilhamentos de conhecimentos e experiências sobre os produtos feitos nas comunidades, alguns já comercializados atualmente e outros ainda não.

Nos grupos de trabalho foram listados alguns produtos em potencial que precisam ser mais divulgados, como destacou o articulador do Departamento de Negócios Socioambientais da Foirn, Edison Gomes Baré.

Edison Gomes Baré fala sobre cadeias produtivas, entre outros, da cestaria de arumã. Foto: Rariton/Acimrn

“Percebe-se nos trabalhos em grupo que temos várias potencialidades que precisam ser estudadas e organizadas para a comercialização. Nesse sentindo, considerou-se o importante papel da Casa de Produtores Indígenas do Rio Negro (Wariró) que, junto com o Departamento de Negócios, está começando a trabalhar nesse sentido”, afirmou.

Parte importante do processo da organização e levantamento das potencialidades é o conhecimento do funcionamento e da estrutura organizacional da Wariró pelos artesãos e produtores.

Gerente geral da Wariró, Luciane Lima explica que levar essas informações para os artesãos é muito importante, pois o espaço é a casa dos produtores dos 23 povos indígenas que vivem no Rio Negro.

Atualmente, a Wariró já trabalha com 11 cadeias produtivas. Durante os encontros, essas cadeias serão fortalecidas, enquanto outras serão mapeadas.

“Tivemos a oportunidade de conversar com os artesãos, tirar as dúvidas. Muitos ainda não conhecem a Casa Wariró. O encontro não apenas promoveu o fortalecimento e a valorização do conhecimento milenar dos povos, como também o do movimento indígena do Rio Negro”, disse.

Mulheres Yanomami apresentam resultado de discussão durante o encontro. Foto: Rariton/Acimrn

Os encontros de produtores indígenas serão realizados em cada regional da Foirn, como Alto Rio Negro (região da Caiarnx), Rio Içana (região da Nadzoeri), Médio Uaupés, Alto Uaupés e Rio Papuri (Região da Coidi), Baixo Uaupés e Rio Tiquié e Afluentes (Região Diawi´i).

 

Fonte: https://foirn.blog/2021/08/30/encontros-promovidos-pela-foirn-fortalecem-cadeias-produtivas-e-mapeia-novos-produtos-no-rio-negro/

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