Milhares de manifestantes de países latino-americanos se reuniram em Brasília para exigir proteção ao meio ambiente e veto ao PL do licenciamento ambiental

Milhares de mulheres indígenas marcharam em Brasília às vésperas da COP30 e pressionam por veto do presidente Lula (PT) ao PL que altera as leis de licenciamento no país – Pedro Ladeira/Folhapress

Brasília | AFP

Milhares de mulheres indígenas de vários países latino-americanos se reuniram em uma manifestação nesta quinta-feira (7), em Brasília, para exigir proteção ao meio ambiente, enquanto o Brasil segue com os preparativos para sediar a COP30, cúpula da ONU sobre o aquecimento global que será realizada em novembro em Belém.

Ao som de tambores e maracas, mulheres de povos indígenas do Brasil, BolíviaColômbiaEquadorHondurasMéxico Panamá caminharam da Esplanada dos Ministérios até os arredores do Congresso Nacional, onde estava prevista uma sessão com algumas lideranças indígenas.

“A gente espera que, com a COP30 no Brasil, possa-se ter os olhos do mundo para a amazônia […] Os chefes de Estado que vão estar nela precisam conhecer a nossa realidade”, disse, à AFP, Simone Karipuna, do povo indígena homônimo, que habita o bioma.

Segundo especialistas, o garimpo, o desmatamento e as queimadas alimentadas por secas cada vez mais prolongadas ameaçam a floresta amazônica.

Os organizadores estimaram que cerca de 5 mil mulheres participaram da marcha, que também levou uma mensagem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O mandatário deve sancionar ou vetar, nesta sexta-feira (8), projeto de lei que afrouxa os requisitos para concessão de licenças ambientais para grandes projetos, apelidado por ambientalistas de PL da Devastação.

A imagem mostra um grande grupo de pessoas, predominantemente indígenas, reunidas em um espaço aberto. Algumas pessoas estão vestindo trajes tradicionais e adornos, como penas e colares. No centro, uma mulher com um cocar de penas levanta a mão, parecendo expressar emoção ou fazer um discurso. Ao fundo, há bandeiras e estruturas que sugerem um evento ou manifestação. O céu está claro e há algumas nuvens.
Marcha das Mulheres Indígenas na Esplanada dos Ministérios, em Brasília – Pedro Ladeira/Folhapress

“Veta, Lula!”, clamaram as mulheres durante a marcha na capital federal.

O presidente quer fazer do Brasil um líder da luta ambiental, mas, ao mesmo, tempo impulsiona um megaprojeto de exploração de petróleo na chamada margem equatorial, em águas próximas à floresta amazônica, que aguarda licença ambiental.

Durante uma reunião com líderes indígenas, na quarta-feira (6), Lula deu o reconhecimento legal a três territórios no estado do Ceará.

“Ontem, quando nós estivemos com ele [Lula], ele disse que estava estudando para fazer o veto. E nós estamos aqui confiantes. Tenho certeza que ele vai nos ouvir”, disse Rosa Pitaguary, do povo homônimo radicado no Ceará.

Especialistas consideram as terras indígenas um baluarte na luta contra o aquecimento global, devido a sua proteção das florestas e dos recursos naturais.

Por decisão do governo brasileiro, este ano será a primeira vez que uma COP será realizada na amazônia, em Belém do Pará, de 10 a 21 de novembro.

“Estamos aqui por uma única necessidade: que a força da voz da mulher indígena seja ouvida neste espaço”, afirmou, por sua vez, Yenyfer Concepción, da comarca indígena Naso, do Panamá.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2025/08/mulheres-indigenas-de-sete-paises-marcham-em-brasilia-as-vesperas-da-cop30.shtml