Candidato ao Senado, vice-presidente agora diz que é indígena, assim como declarou há quatro anos
BRASÍLIA
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), disse nesta quinta-feira (11) que foi um “simples erro de preenchimento de formulário” sua autodeclaração como branco ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Há quatros anos, quando disputava na chapa de Bolsonaro, ele havia se declarado como indígena. Hoje ele concorre ao Senado pelo Rio Grande do Sul (RS).
“Sou descendente de índios, sim, e com muito orgulho. Está estampado no meu rosto e na minha pele, independentemente de qualquer formulário burocrático”, disse o candidato.
“Resolveram fazer um escarcéu com um simples erro de preenchimento de um formulário”, completou, mas sem dizer se tentará desfazer o equívoco.
Mourão registrou sua candidatura na terça-feira (9). Preterido por Bolsonaro na chapa presidencial, que optou pelo ex-ministro Braga Netto como vice, ele disputará uma vaga de Senado ao lado de Onyx Lorenzoni (PL), candidato a governador no estado.
Há quatro anos, Mourão se chamou de “cacique Mourão”, disse que seu pai era amazonense e sua avó “era cabocla de Humaitá”.
“Eu sou pardo? Eu sou negro? Eu sou asiático? Eram as opções que eu tinha, e a quinta opção era indígena”, disse o então candidato a vice na chapa de Bolsonaro.
Registros de candidaturas de Hamilton Mourão
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Reproduções do site do TSE com os registros das candidaturas de Hamilton Mourão em 2018 e em 2022 com mudança na declaração de cor/raça – Reprodução
Dias antes, em um evento em Caxias do Sul (RS), ele havia dito que o Brasil herdou a “indolência” dos indígenas e a “malandragem” dos africanos. Em seguida, negou que a declaração tinha sido preconceituosa e disse que, inclusive, era descendente de indígenas.
“Temos uma herança cultural, uma herança que tem muita gente que gosta do privilégio (…) Essa herança do privilégio é uma herança ibérica. Temos uma certa herança da indolência, que vem da cultura indígena. Eu sou indígena. Meu pai é amazonense. E a malandragem (…) é oriunda do africano”, afirmou. “Então, esse é o nosso cadinho cultural. Infelizmente gostamos de mártires, líderes populistas e dos macunaímas”, disse.
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