Misturada à beleza natural do território e à força das tradições indígenas, a lavoura de soja do povo Paresi tem ganhado visibilidade no governo de Jair Bolsonaro. As conquistas das comunidades durante os 15 anos de atividade agrícola na região puderam ser conhecidas de perto por representantes da Secretaria Especial de Articulação Social da Secretaria de Governo da Presidência da República (SEAS/SeGov) em visita à Terra Indígena (TI) Haliti-Paresi (MT), entre os dias 5 e 7 de fevereiro. Durante os três dias, a comitiva visitou seis aldeias, três unidades de produção e 8 mil hectares de lavoura.
Ronaldo Zokezomaiake, presidente da Cooperativa Agropecuária dos Povos Indígenas Haliti-Paresi, Nambikwara e Manoki (Coopihanama), comemorou a chegada da equipe da Presidência, acompanhada de representantes da Funai e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Para ele, a visita marca novos tempos aos Paresi, já que, apesar da constante busca por apoio em governos anteriores, somente agora podem contar com o efetivo reconhecimento dos longos anos de luta para viabilização da sua principal atividade produtiva.
Na ocasião, o diretor de licenciamento do Ibama apresentou minuta do Termo de Referência do Licenciamento Ambiental para regularização da atividade do plantio de lavoura dos Paresi, documento que já havia sido preliminarmente discutido com as lideranças indígenas, e dirimiu dúvidas sobre a regularização da atividade e elaboração do estudo ambiental. A Secretaria Especial de Articulação Social, por sua vez, informou sobre a priorização do Governo Federal no desenvolvimento sustentável dos povos indígenas, tomando como exemplo as atividades econômicas em andamento no território Haliti-Paresi.
Os representantes da Coopihanama entregaram à comitiva do governo a publicação do Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) do Território Indígena Haliti-Paresi, documento construído, durante dois anos, de maneira participativa entre as comunidades da região para implementação da Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial de Terras Indígenas e publicado em 2018.
Entre as demandas apresentadas pelos Paresi constaram o fortalecimento institucional da Funai, apoio do governo no fornecimento de linhas de crédito para um futuro plano de gestão e investimento dos recursos financeiros arrecadados e estratégia para facilitação das vendas, tendo em vista que potenciais compradores alegam não poder adquirir produtos agrícolas originado em terras indígenas, devido a questões de regularização.
Fortalecimento de um povo
“O povo, quanto mais enraizado em sua cultura, mais fortalecido é.” A declaração do cacique Ivo Paresi reflete a importância das atividades de etnodesenvolvimento para seu povo, cujos resultados ultrapassam os valores econômicos. O aumento da população nos últimos 15 anos, de 1,5 mil para mais de 3 mil indígenas, a redução na evasão de jovens indígenas, fortalecimento cultural, maior ocupação do território, acarretando na redução de crimes ambientais, são alguns dos benefícios sociais e ambientais trazidos a partir das plantações e, mais recentemente, dos projetos de enoturismo na região, que ainda estão em fase embrionária.
Atualmente, entre mais de 1 mi de hectares de usufruto Paresi em sua terra indígena, 19 mil são de plantações, o que corresponde a 1,7% do território. A mão de obra empregada na atividade é exclusivamente indígena, os recursos são divididos de maneira igualitária e os produtores já erradicaram completamente os organismos geneticamente modificados dos plantios.
Assessoria de Comunicação/Funai, com informações da Segov
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