Agenda firma o diálogo interinstitucional em defesa dos direitos dos povos indígenas; centros são política pública do MDHC voltada à promoção, defesa e garantia de direitos de populações e grupos em situação de vulnerabilidade
(Foto: Letícia Rocha/MPI)
Nessa segunda-feira (11), a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, visitou o Centro de Referência em Direitos Humanos Yanomami e Ye’kwana (CREDHYY) e o Centro de Atendimento Integrado à Criança Yanomami e Ye’kwana (CAICYY), em Boa Vista (RR). Os espaços são política pública do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), voltada à promoção, defesa e garantia de direitos de populações e grupos em situação de vulnerabilidade, e agenda fortalece o diálogo interinstitucional em defesa dos direitos dos povos indígenas no país.
Localizados na Avenida Glaycon de Paiva, no Centro de Boa Vista, o CREDHYY e o CAICYY desenvolvem ações de acolhimento, promoção cultural e fortalecimento de direitos dos povos Yanomami e Ye’kwana, com a participação de outras comunidades, como os Warao. Ambos os centros são iniciativas-piloto que servirão como modelo para a criação e consolidação de outros equipamentos no país, direcionados ao atendimento e acolhimento de comunidades em diferentes contextos.
“Trata-se de um modelo de equipamento do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Este, particularmente, é uma referência diferenciada da qual a gente tem se orgulhado muito, porque tem uma abordagem multidisciplinar, tem trabalhado com profissionais indígenas e está preocupado com as graves violações de direitos humanos indígenas em Roraima”, explicou a secretária nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Élida Lauris. “Agora, nesta fase, há um esforço de articulação social com os principais órgãos públicos responsáveis por implementar os direitos humanos aqui na capital e no estado”, completou.
Promoção de defesa dos direitos humanos indígenas
Durante a visita, a ministra Sônia Guajajara destacou os avanços que o CREDHYY e o CAICYY representam para os povos indígenas da região. “A gente já tem, na nossa programação, visitas periódicas a Boa Vista e ao Território Yanomami, para acompanhar a situação de emergência. Para nós, é sempre motivador vir, porque sempre constatamos melhorias nas ações implementadas nos territórios e para os povos locais”, declarou.
“Nós estamos desde o início, junto com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, acompanhando as estratégias para recuperar a dignidade dos povos que moram na Terra Indígena Yanomami, e soluções para esses casos de vulnerabilidade, de proteção social, relacionado a uma série de situações como violência, exposição. E é muito importante que a Funai, como parte de sua missão institucional, acompanhe e faça parte desse resgate da cidadania indígena”, acrescentou a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joênia Wapichana.
A programação ainda contou com atividades culturais que celebraram a diversidade e as tradições indígenas. Entre elas, destacou-se a continuidade da pintura do grande mural coletivo — uma obra viva que retrata a floresta, os rios, os animais, a roça, o artesanato e a força das tradições. Houve também um ritual de defumação conduzido pela Associação Macuxi Kapoi, seguido de apresentação de música e dança wapichana, reforçando o papel da arte como resistência, expressão e pertencimento.
Além da ministra Sônia Guajajara, participaram das atividades a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joênia Wapixana; o secretário nacinal de Direitos Territoriais do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Marcos Kaigang; o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI Yanomami), Maurício Ye’kwana; Júlio Ye’kwana, presidente da Seduume; o professor Euclides Macuxi; representantes de organizações parceiras; e duas secretárias de Estado de Roraima.
O encontro reuniu lideranças, integrantes das comunidades e equipes de trabalho, fortalecendo laços e reafirmando o compromisso conjunto do MDHC e do MPI com a proteção de direitos, o combate às violações e a valorização da diversidade cultural dos povos originários.
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Texto: S.C.
Edição: F.T.
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