Legenda: Jovem líder indígena do povo Paiter Suruí, Txai foi nomeada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, para integrar grupo consultivo das Nações Unidas sobre mudança climática. Filha de veteranos defensores da terra na luta pelos direitos indígenas, Txai Suruí é uma das jovens ativistas brasileiras mais reconhecidas internacionalmente. O anúncio foi feito nesta terça em Nova Iorque, assinalando o Dia Internacional da Juventude (12 de agosto).

Foto: © ONU.

Ativista indígena pela justiça climática e fundadora e coordenadora do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia, Txai Suruí foi nomeada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, para integrar Grupo Consultivo de Jovens sobre Mudança Climática.  

O anúncio foi feito em Nova Iorque nesta terça-feira, 12 de agosto — Dia Internacional da Juventude. 

Além de Txai Suruí, outras treze lideranças da juventude mundial integrarão o grupo que fornece ao secretário-geral conselhos práticos, perspectivas da juventude e recomendações concretas para apoiar o trabalho das Nações Unidas na aceleração da ação global para enfrentar a crise climática.

O secretário-geral António Guterres anunciou nesta terça-feira (12/08) a nomeação de quatorze jovens líderes climáticos que formarão a terceira turma do seu Grupo Consultivo de Jovens sobre Mudança Climática. A representante brasileira Txai Suruí é coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental – Kanindé, uma organização que atua há mais de 30 anos em Rondônia, sul do Amazonas e noroeste do Mato Grosso. 

O Grupo Consultivo fornece ao secretário-geral conselhos práticos e voltados para resultados, perspectivas diversas da juventude e recomendações concretas para apoiar o trabalho das Nações Unidas na aceleração da ação global para enfrentar a crise climática.

O anúncio, feito no Dia Internacional da Juventude, ocorre em um momento crucial para a ação climática. Este ano marca o décimo aniversário do Acordo de Paris e também é o ano em que todos os países devem preparar e apresentar seus novos planos climáticos nacionais — ou Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) — alinhados com o limite de 1,5°C.

Com desastres climáticos cada vez mais intensos e frequentes, e com o progresso rumo à limitação do aumento da temperatura a 1,5°C e à justiça climática ainda muito insuficiente, é ainda mais crucial que a juventude continue liderando — elevando suas vozes, responsabilizando líderes e fazendo as mudanças acontecerem. 

Reconhecendo a importância crítica das vozes jovens na ação climática e as contribuições dos membros anteriores do Grupo Consultivo de Jovens, o secretário-geral ampliou esta turma de sete para quatorze membros, diante da preocupante tendência global de redução do espaço cívico e das limitações de financiamento que estão colocando jovens ativistas em risco e dificultando o engajamento significativo da juventude nos esforços climáticos.

“A defesa destemida dos jovens tem sido fundamental na luta contra a crise climática. É por isso que tenho orgulho de anunciar o lançamento da terceira turma do meu Grupo Consultivo de Jovens sobre Clima — e de expandir sua composição de 7 para 14. Isso significa mais espaço para vozes jovens à mesa, mais espaço para liderança juvenil e mais espaço para moldar a ação climática. Para os jovens de todo o mundo, não desistam”, disse o secretário-geral.

O Grupo Consultivo inclui representantes de todas as regiões do mundo, com uma variedade de identidades, experiências, perspectivas e especializações. Para capturar a diversidade do movimento climático global, espera-se que os membros consultem amplamente redes de jovens de seus países e incluam suas perspectivas em seus conselhos ao secretário-geral.

Convocado no âmbito da estratégia Youth2030 e da Agenda Comum da ONU, o Grupo Consultivo da Juventude funciona como um mecanismo vital para o Secretário-Geral se envolver diretamente com os jovens em questões relacionadas ao clima. Ele reconhece os jovens não apenas como um grupo desproporcionalmente afetado pelos impactos das mudanças climáticas, mas como atores essenciais, inovadores, líderes e solucionadores de problemas que impulsionam mudanças em todos os níveis. A terceira turma do Grupo Consultivo da
Legenda: Convocado no âmbito da estratégia Juventude 2030 e da Nossa Agenda Comum, da ONU, o Grupo Consultivo da Juventude funciona como um mecanismo vital para o secretário-geral se envolver diretamente com a juventude em questões relacionadas ao clima. Ele reconhece as pessoas jovens não apenas como um grupo desproporcionalmente afetado pelos impactos da mudança climática, mas como atores essenciais, inovadores, líderes e solucionadores de problemas que impulsionam mudanças em todos os níveis. A terceira turma do Grupo Consultivo iniciou seu mandato em 12 de agosto de 2025.

Os quatorze membros do novo Grupo Consultivo de Jovens são:

Txai Suruí (Brasil) é uma ativista indígena pela justiça climática e fundadora e coordenadora do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia. Ela é filha de dois veteranos defensores da terra na luta pelos direitos indígenas e uma das jovens ativistas climáticas brasileiras mais reconhecidas internacionalmente da atual geração. É uma jovem líder indígena do povo Paiter Suruí, que fundou o Movimento da Juventude Indígena de Rondônia com o objetivo de articular e fortalecer a juventude indígena de seu estado. Coordena a Associação de Defesa Etnoambiental – Kanindé, uma organização que atua há mais de 30 anos e que atualmente opera em Rondônia, sul do Amazonas e noroeste do Mato Grosso, trabalhando com mais de quinze diferentes povos.

Angela Busheska (Macedônia do Norte) é uma inovadora em tecnologia climática, pesquisadora em IA e fundadora. Seu trabalho está na intersecção entre tecnologia, justiça climática e engajamento juvenil. No Microsoft Research, Angela inventou o TerraTrace, um sistema patenteado que ajuda pequenos agricultores e governos a cumprir o Regulamento Europeu de Desmatamento (EUDR), analisando sinais de vegetação por satélite. Além da pesquisa, fundou a EnRoute, uma ONG liderada por jovens, apoiada pelo Taco Bell e pela Fundação Shawn Mendes, que expõe os custos ambientais e humanos da moda rápida (fast fashion). 

Ashley Lashley (Barbados) é uma defensora apaixonada do clima, da saúde e do empoderamento juvenil. Como Embaixadora Juvenil da UNICEF, Embaixadora Jovem da CARICOM e ex-Miss Mundo Barbados, dedicou sua vida a enfrentar desafios globais urgentes. Aos 16 anos, fundou o Schools Against Non Communicable Diseases e, posteriormente, lançou a HEY Campaign, que já mobilizou mais de 500 ativistas climáticos em todo o mundo. Nos últimos cinco anos, expandiu a campanha por meio da Ashley Lashley Foundation, transformando-a no maior movimento juvenil do mundo focado em clima e saúde. 

Axel Eriksson (Suécia) é um otimista persistente com amor pela vida na Terra, defensor da justiça ambiental como educador, pesquisador e engenheiro. Atua como gerente de treinamento do Climate Youth Negotiators Programme na Youth Negotiators Academy, capacitando mais de 300 jovens negociadores climáticos da ONU de mais de 60 países. Também é pesquisador na intersecção entre natureza, sociedade e cultura, com foco em cenários positivos para o futuro. 

Charitie Ropati (Estados Unidos) (Yup’ik & Samoana) é uma defensora indígena da justiça climática, cientista e engenheira hídrica. Trabalhou na construção de infraestrutura de encanamento e água para comunidades nativas rurais do Alasca. Natural da Vila Nativa de Kongiganak, no sudoeste do Alasca, e de Anchorage, é graduada pela Escola de Engenharia da Columbia University, com bacharelado em Engenharia Civil, ênfase em Recursos Hídricos. Recebeu o prêmio Champion for Change do Center for Native American Youth por seu trabalho em educação e clima e foi reconhecida pelo WWF como líder em conservação. 

Farzana Faruk Jhumu (Bangladesh) é uma ativista proeminente da justiça climática de Dhaka, ex-Embaixadora Juvenil da UNICEF para Bangladesh (2022–2024). Sua jornada começou no primeiro ano de universidade, quando cofundou a Kaathpencil. Ao interagir com crianças de distritos afetados pelo clima, passou a se concentrar em compreender e enfrentar seu sofrimento. Isso a levou a se juntar ao Fridays For Future e a atuar ativamente no Fridays for Future MAPA (Povos e Áreas Mais Afetados). Atualmente, trabalha como coordenadora de programas no People’s Climate Diplomacy Program.

Jabri Ibrahim (Quênia) é um especialista em política climática e energética com uma ampla rede em toda a África, conectando movimentos juvenis, formuladores de políticas e líderes do setor privado. Jabri desempenhou um papel central na mobilização da juventude africana para a ação climática, particularmente por meio da African Youth Initiative on Climate Change (AYICC). Anteriormente, integrou a equipe africana dos Campeões de Alto Nível para Mudança Climática da ONU, tendo atuado na Equipe de Engajamento de Stakeholders do Secretariado da UNFCCC, além de ter experiência como voluntário no Greenpeace África e na Kenya Environmental Action Network.

Kantuta Diana Conde (Bolívia) é uma mulher aimará do Estado Plurinacional da Bolívia e defensora dos direitos dos Povos Indígenas. Ela representa a perspectiva jovem indígena como membro da Red de Jóvenes Indígenas de Latino América y el Caribe (RED-LAC) em mecanismos da ONU, como o Fórum Permanente da ONU sobre Questões Indígenas (UNPFII) e a UNFCCC. Também integrou o Comitê Jovem da International Land Coalition, promovendo a autodeterminação, autonomia e autogoverno dos Povos Indígenas como componentes essenciais da ação climática.

Lena Goings (Estados Unidos) é uma ativista pela justiça ambiental focada na interseccionalidade entre as crises climática e de acessibilidade econômica. Ela é uma das principais organizadoras do Fridays For Future NYC, a principal organização de defesa climática liderada por jovens de Nova York, onde luta por uma transição energética justa e pelo fim da era dos combustíveis fósseis. Trabalhou para garantir o desinvestimento dos US$ 270 bilhões do fundo de pensão da cidade de Nova York em investimentos remanescentes em combustíveis fósseis, aprovou uma legislação histórica em nível estadual para arrecadar US$ 75 bilhões de empresas de combustíveis fósseis para financiar projetos de resiliência climática.

Marcel Bodewig (Alemanha) é ativista climático e defensor dos direitos humanos. Atuou na Anistia Internacional e em outras organizações da sociedade civil. Nos últimos anos, avançou os esforços climáticos da Anistia Alemanha e liderou um grupo de especialistas sobre crise climática e direitos humanos. Ele é apaixonado por justiça climática e tem interesse especial na interseção entre clima e direitos humanos. Marcel é formado em Direito e possui mestrado em direito internacional público.

Okalani Mariner (Samoa) é artista, poeta, ativista ambiental e empreendedora social, apaixonada por amplificar as vozes do Pacífico e promover justiça climática. Como cofundadora e gerente de operações da Onelook Studio — o primeiro espaço de coworking e hub criativo de Samoa — lidera iniciativas que unem desenvolvimento profissional e empoderamento criativo. Como coordenadora nacional de Samoa para os 350 Pacific Climate Warriors, Okalani lidera campanhas de base que abordam os impactos diretos da crise climática enquanto defende a justiça climática em plataformas regionais e globais.

Sibusiso Mazomba (África do Sul) é ativista, defensor e pesquisador de justiça climática. Atualmente lidera a defesa jovem na African Climate Alliance, onde impulsiona iniciativas para garantir que a juventude seja incluída de forma significativa nas decisões que afetam seu futuro. Mobilizou jovens em comunidades do Leste e Sul da África por meio de campanhas, diálogos e encontros de solidariedade voltados para a ação climática de base. Teve papel fundamental na campanha #CancelCoal, que bloqueou com sucesso novas contratações de carvão nos planos energéticos da África do Sul em 2024 e conquistou o prêmio Mail & Guardian Greening the Future. 

Zagy Berian (Indonésia) é um líder de impacto social focado em capacitar a juventude para desempenhar um papel ativo no setor de sustentabilidade. Como fundador da Society of Renewable Energy (SRE), inspirou e mobilizou uma ampla rede de jovens em toda a Indonésia. Atua como Facilitador Regional do Youth Climate Justice Fund no Sul da Ásia, apoiando esforços de justiça climática de base liderados por jovens. Também participa da Força-Tarefa B20 sobre Energia, Sustentabilidade e Clima e é chefe do Fórum da Juventude do Sudeste Asiático sobre Energia na ASEAN.

Zuzanna Borowska (Polônia) é ativista social e defensora do clima, dedicada aos valores de diálogo, cooperação e democracia. É graduada em Ciência Política pela Universidade de Amsterdã. Zuzanna é fundadora e presidente da Open Dialogues International Foundation e principal coordenadora do Open Dialogues on Climate Change — uma iniciativa global que organiza diálogos climáticos entre diferentes partes interessadas em mais de 50 países. Foi organizadora-chefe das duas primeiras edições da Conferência Local da Juventude da Polônia (LCOY Poland) em 2019 e 2021. 

Os membros do Grupo Consultivo da Juventude foram selecionados a partir de um grande conjunto de candidatos indicados por organizações de juventude e clima de todo o mundo. Os critérios de seleção estão disponíveis aqui

O anúncio desta terça (12) faz parte das ações e esforços da ONU para criar mais oportunidades de engajamento genuíno e significativo da juventude na ação climática, em termos de diversidade, inclusão, empoderamento e impacto.

Para mais informações ou solicitações de entrevista (sujeito à disponibilidade), entre em contato:

Para saber mais, siga @nacoesunidas e @onubrasil nas redes e acompanhe a cobertura da ONU News em português: https://news.un.org/pt/story/2025/08/1850689 

Visite a página do Grupo Consultivo (em inglês e espanhol): https://www.un.org/en/climatechange/youth-in-action/youth-advisory-group 

Fonte: https://brasil.un.org/pt-br/299696-secret%C3%A1rio-geral-da-onu-nomeia-ativista-ind%C3%ADgena-txai-suru%C3%AD-para-grupo-consultivo-sobre