São Paulo – O governo, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde, confirmou nesta quarta-feira (1º) o primeiro caso de covid-19 em um indígena. A doença, provocada pelo novo coronavírus, foi detectada em uma mulher de 20 anos da etnia Kokama, da região amazônica.
A jovem é moradora da aldeia São José, que fica no município de Santo Antônio do Içá, a 878 quilômetros de Manaus. Além dela, outros 27 indígenas são monitorados no povoado, após contato com médico não indígena que testou positivo para o coronavírus.
Das pessoas monitoradas, 12 são da etnia Tikuna, de outra aldeia, a Lago Grande. Eles tiveram contato com o mesmo médico dias antes, em meados de março. De acordo com o ministério, os primeiros testes para covid-19 foram negativos em todos eles. Entretanto, permanecem em quarentena, assim como os 15 da aldeia São José.
• Atila Iamarino: ‘Após o coronavírus, o mundo não voltará a ser o que era
Entre os sintomas apresentados pela mulher kokama está a tosse seca, característica do vírus. Testes de mais indivíduos já foram providenciados, bem como contraprovas para evitar falsos positivos. As análises estão sendo realizadas pelo Laboratório Central de Saúde (Lacen), da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, em Manaus.
• Tudo sobre a epidemia de coronavírus
A jovem deu entrevista para o portal Amazônia Real, e teve sua identidade preservada. “Recebi o resultado do meu exame. Como o esperado, deu positivo para covid-19. No dia 18 de março estive em contato com um colega que estava com covid-19. Três dias depois apresentei tosse e perdi olfato e paladar. Desde então, me afastei do meu trabalho”, disse.
Além de relatar os sintomas, ela pediu desculpas para a comunidade, mesmo sendo infectada realizando seu trabalho de assistir indígenas que carecem de atendimentos médicos. O povo Kokama tem população de cerca de 14 mil pessoas na região do Alto Xingu. Seu território inclui porções na Colômbia e Peru.
Comentários