Depois de 24h detido de maneira irregular, Leonidas Iza deverá responder por delito de paralisação de serviço público
Michele de MelloBrasil de Fato | São Paulo (SP) | 15 de Junho de 2022 às 11:52
O presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), Leonidas Iza Salazar foi solto após passar 24 horas detido de maneira irregular. A juíza Paola Bedón determinou que a detenção foi ilegal por não apresentar acusações prévias, nem mandado de prisão. Agora o líder indígena está proibido de deixar o país e deverá apresentar-se todas as quartas e sextas-feiras enquanto tramita o processo.
Salazar foi detido por volta da 1h da manhã da terça-feira (14), na cidade de San Juan de Pastocalle, a cerca de 90 quilômetros de Quito, quando participava de um bloqueio da rodovia Panamericana, que conecta o norte ao sul do país. Ele foi acusado acusado de supostos delitos de rebelião e paralisação do serviço público.
A juíza manteve a segunda acusação, de paralisação do serviço público, que pode gerar pena de até três anos de prisão.
“Aqui ninguém saiu a desafiar a lei. Saímos, porque a fome e a injustiça tomaram nossos lares. A lei desafiou a fome, por isso ocupamos as ruas”, disse Iza após ser liberado.
Durante o dia de greve geral, a Confederação Indígena promoveu cerca de 20 bloqueios de estradas e rodovias em 11 regiões do país.
Após a detenção de Leonidas Iza, a Conaie convocou manifestações em frente à sede do Ministério Público (MP) na província de Cotopaxi. Os atos foram reprimidos pela polícia e terminaram com dezenas de feridos.
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