A participação da delegação de mais de 50 mulheres indígenas de Roraima ficará na história da III Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, com o tema ” Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes”, realizada em Brasília, nos últimos dias, 11, 12 e 13 de setembro. Dessas 50, 25 mulheres foram pela Secretaria do Movimento de Mulheres Indígena do Conselho Indígena de Roraima (CIR) e demais pela União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (Umiab).

Durante os três dias, acampadas no Conjunto Cultural Funarte, mulheres da floresta, serranas e do lavrado de Roraima, ecoaram as vozes não só pelas mulheres, mas pelas crianças, jovens, anciãos e pelo movimento, exigindo respeito aos direitos indígenas, ao meio ambiente e clamando justiça pelas violências contra as mulheres indígenas e violações nos territórios.

Como a pauta principal, manifestaram contra a tese do marco temporal, que estará na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF), nessa quarta-feira, 20 de setembro.

Uma das mulheres que ecoou a voz contra a violência foi Secilita Sales Ingarikó, do povo Ingaricó, localizado no tríplice fronteira, Guiana, Venezuela e Brasil. “Estamos aqui para mostrar a nossa luta contra a violência que afeta as mulheres, jovens. Precisamos que senadores, deputados e outras autoridades, valorizem o nosso direito”, disse Secilita, ao afirmar que ” o território é mãe e vida”.

Fotos: Comunicadora da Rede Wakywai Heslen Macuxi

A jovem Ariane Salomão Peixoto, da comunidade Beira Rio, região Surumu, também reforçou o fortalecimento e união das mulheres na defesa dos Biomas. “Estamos aqui em busca do fortalecimento e união das mulheres de diversas culturas em defesa dos nossos direitos, dos Biomas, e das mulheres”, frisou.

À frente da Secretaria do Movimento de Mulheres Indígenas do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Kelliane Wapichana, destacou a marcha como estratégia de visibilidade das ameaças aos biomas. “Sabemos que os nossos biomas estão sendo ameaçados e as marchas servem para dar essa visibilidade da luta e da resistência em defesa dos direitos e da vida”, destacou.

No último dia da programação, as mulheres marcharam nas ruas de Brasília, passando pela Esplanada dos Ministérios e próximo ao Congresso Nacional, lugares são territórios indígenas. Com os cantos e danças, mulheres ecoaram suas vozes:  “BRASIL É TERRA INDÍGENA”, FORA MARCO TEMPORAL”, DEMARCAÇÃO JÁ”, NENHUM DIREITOS AMENOS e reafirmaram pela proteção territorial, por uma saúde e uma educação de qualidade. A Marcha teve como tema: Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais

III Marcha das Mulheres Indígenas

Promovida pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA) e as Mulheres Biomas do Brasil, a III Marcha das Mulheres Indígenas conta com debates, lançamento de livros, grupos de trabalho e apresentações culturais na programação.

O objetivo do encontro foi conectar e reconectar a potencialidade das vozes das ancestralidades que são as sementes da terra, que compõem a rede ANMIGA, fortalecer a atuação das mulheres indígenas, debater os desafios e propor novos diálogos de incidência na política indígena do Brasil.

Fotos: Comunicadora da Rede Wakywai Heslen Macuxi

Fonte: https://cir.org.br/site/2023/09/18/mulheres-indigenas-de-roraima-ecoaram-suas-vozes-na-iii-marcha-historica-em-brasilia/

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