Departamento de Adolescentes e Jovens Indígenas da Foirn (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro), comemora uma importante conquista da juventude indígena do Rio Negro essa semana: pela primeira vez a Unicamp e Ufscar farão um processo de seleção unificado de candidatos em São Gabriel da Cachoeira. O lançamento do edital está previsto para junho, as inscrições em setembro e provas em dezembro.
A cada ano, o número de candidatos indígenas no município de São Gabriel da Cachoeira aumenta. Em 2017, foram mais de 300 inscritos. Embora o local da aplicação da seleção tenha sido em Manaus, muitos não conseguem fazer o processo devido ao alto custo de deslocamento até a capital do estado.
Diante dessa crescente demanda, representando as reivindicações da juventude rionegrina, a Foirn através do Departamento de Juventude, protocolou em fevereiro deste ano um abaixo assinado com mais de 300 assinaturas, lida e aprovada durante a Reunião do Conselho Diretor. O documento foi direcionado para instituições de ensino superior reivindicando a adequação das políticas de acesso e permanência de estudantes indígenas nas universidades, entre estas instituições a Universidade Federal de São Carlos (Ufscar).
A mobilização contou com a força do movimento de estudantes indígenas da Ufscar, representando por Daniel Rodrigues Teles, Arapasso, estudante de engenharia de produção, que desempenha um importante papel de luta pela ampliação e tornar cada vez mais acessível o ingresso à universidade pelos jovens indígenas.
Unicamp em decisão história cria vestibular indígena: a prova também será em São Gabriel
Em decisão histórica, a Unicamp aprovou cotas étnico-raciais e as medidas passam a ser aplicadas em 2018. A universidade de Campinas segue os passos e conta com a experiência bem sucedida da Universidade Federal de São Carlos (UFsCar). Durante um workshop promovido no dia 4 de maio realizada pela Comissão Permanente de Vestibulares (Comvest), sobre a experiência de dez anos da UFsCar na aplicação de um vestibular indígena, criou o Grupo de Trabalho “Inclusão Indígena na Unicamp”. A luta pela criação de cotas étnico-raciais e Vestibular Indígena nas universidades públicas brasileiras é uma luta antiga do movimento indígena brasileiro, que aos poucos vem sendo conquistado.
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Nota: Cartaz elaborada pela juventude indígena do Rio Negro, durante assembleia em julho de 2013.
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