De 4 de outubro de 2019 a 13 de abril de 2020, a Paróquia São Francisco de Assis desenvolveu e realizou a 4ª Olimpíada Indígena do Eware. O ponto alto do projeto foi a realização da Semana Olímpica de 25 a 30 de janeiro, no bairro Belém de Solimões, em Tabatinga (AM), na diocese de Alto Solimões. O projeto contou com apoio de recursos do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) levantados a partir da Coleta da Solidariedade realizada no Domingo de Ramos a partir das motivações da Campanha da Fraternidade 20219 cujo tema foi políticas públicas.

Adolescentes e jovens indígenas das etnias Ticuna, Cocama, Cambeba e Wuitoito de mais de 40 comunidades de seis municípios do Alto Solimões, da Colômbia e do Peru foram o público-alvo. No total, 770 atletas participaram das modalidades esportivas, mas também centenas de jovens indígenas envolvidos na organização (10 equipes), o povo do bairro Belém de Solimões e das aldeias próximas.

Respeitando a cultura, a 4ª Olimpíada teve como modalidades esportivas: baladeira, canoagem, salto à distância, racha lenha, corrida de 100 metros, corrida de tora, corrida de saco, zarabatana, queda de braço, arco e flecha, natação, coquita, duatlon, arremesso de lança, açaizeiro, vôlei, handebol, futsal, maratona, cabo de guerra, tecer rede  e acender fogo.

De acordo com o Frei Paolo Maria Braghini, coordenador da ação, o projeto teve como objetivo valorizar as culturas indígenas, lutar contra alcoolismo, drogas e suas consequências como a violência e o suicídio e criar espirito de união e fraternidade entre diversas etnias e Igrejas. Ele destaca que o projeto também buscou descobrir, acompanhar e formar novas lideranças indígenas para o Bem Comum.

Uma série de atividades foram realizadas como a divulgação do evento, preparação dos jovens atletas, confecção de camisetas (costuradas e pintadas) e dos troféus e medalhas artesanais, capacitação das equipes de organização do evento, preparação e melhoria dos espaços esportivos e públicos da Aldeia acolhedora em Belém do Solimões. O ponto alto foi o desenvolvimento da Semana Olímpica de 25 a 30 de janeiro.

Como estímulo à geração de renda local e formas de associativismo autossustentável, a organização do evento contou com o apoio da Associação das Mulheres Indígenas (MAPANA) na produção das camisetas, troféus e medalhas. A 4ª olimpíada contou também com o apoio das prefeituras municipais de Tabatinga, de Benjamim e Amaturá, da SESAI, FUNAI, SEBRAE  e com a divulgação na Rádio Nacional do Alto Solimões e nas TV Globo, Peruana e Colombiana. O Exército brasileiro também apoiou o evento.

Promoção do Bem Viver

Cartaz divulgado durante a Olimpíada.

O coordenador do projeto, Frei Paolo, destaca como resultados alcançados a valorização e o resgate das práticas culturais e esportivas que são próprias da identidade dos indígenas.

“Outra conquista foi a promoção do ‘Bem-viver’ através da valorização da cultura e do esporte; a valorização cultural e formação de consciência de pertença às terras demarcadas (terras sagradas); conscientização sobre as tristes e graves consequências do alcoolismo e drogas”, disse.

O religioso aponta também como resultado conquistado a geração de renda para muitas famílias indígenas, inclusive, criando maior consciência de que é possível desenvolver a sustentabilidade local e familiar a partir da própria cultura e habilidades nativas (arte, artesanato, vestimentas, culinária e agricultura) abundantes nas comunidades. O projeto assegurou o desenvolvimento de espaços de integração nas comunidades fortalecendo laços de fraternidade e colaboração através da cultura e do esporte.

Outras conquistas, destacadas pelo coordenador, foram o incentivo e o fortalecimento de um maior espírito de união, a colaboração entre Igrejas diferentes e o desenvolvimento de um mentalidade de busca por soluções politicas aos problemas reais da vida indígena nos dias atuais.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/260777-2/

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