Dois servidores e dois empresários foram presos preventivamente

Alex Rodrigues

Brasília | Agência Brasil

Policiais federais prenderam, nesta quinta-feira (28), em caráter preventivo, dois servidores públicos e dois empresários suspeitos de participar de uma suposta organização criminosa dedicada a cometer crimes ambientais na região do Tapajós, no oeste do Pará.

Segundo os investigadores, empresários pagavam uma espécie de “mesada” para que os servidores públicos os ajudassem a extrair ouro de garimpos ilegais abertos em terras indígenas e áreas de reserva legal do estado.

A imagem mostra um grupo de policiais armados em frente a uma casa. Os policiais estão vestidos com uniformes táticos e alguns estão com armas em punho. A casa tem uma fachada moderna, com paredes de vidro e detalhes em mármore. O ambiente parece ser urbano, com uma iluminação suave ao fundo.
Oficiais da Polícia Federal chegam à casa de um dos envolvidos na ação de extração ilegal de ouro em terras indígenas no Pará; dois servidores e dois empresários foram presos – Polícia Federal/Divulgação

“O dinheiro seria para que os servidores públicos facilitassem ou não reprimissem os crimes ambientais cometidos pelas empresas, além de atuarem na logística e segurança do ouro ilegal”, aponta a Superintendência da Polícia Federal no Pará, em nota.

Ao longo da investigação, os agentes federais reuniram indícios de que o ouro que parte dos investigados comercializou foi extraído ilegalmente do interior e do entorno da Terra Indígena Munduruku, uma das áreas da União destinadas ao usufruto exclusivo indígena mais devastadas por atividades ilícitas e que, no momento, é palco de uma operação federal para retirada dos não-indígenas.

A imagem mostra uma mesa coberta com uma toalha cinza. Em cima da mesa, há um boné escrito 'POLÍCIA FEDERAL', várias caixas de joias em diferentes tamanhos e cores, incluindo uma caixa preta, uma caixa vermelha e outras em tons de dourado e prateado. Também está presente uma bolsa de mão com um padrão de zig-zag em cores claras e escuras. Os objetos estão dispostos de forma organizada.
Joias também foram apreendidas na operação da Polícia Federal no Pará – Polícia Federal/Divulgação

Além dos quatro mandados judiciais de prisão, os policiais federais estão cumprindo 21 mandados de busca em Altamira, Itaituba e Santarém, além de Goiânia e Rio de Janeiro. O Poder Judiciário também autorizou o sequestro de bens e a aplicação de medidas cautelares, como o afastamento dos servidores de suas funções públicas. Ao menos oito carros de luxo foram apreendidos, além de joias, telefones celulares e uma quantia em dinheiro e ouro ainda não contabilizada.

Por razões legais, as identidades dos investigados e os órgãos para os quais trabalhavam não foram confirmados até a publicação desta reportagem. Segundo a PF, só um deles recebia R$ 4.000 mensais “para não embaraçar o negócio ilegal”. Outros dividiam R$ 10 mil mensais para se colocarem à disposição da suposta organização criminosa —da qual faz parte um empresário condenado anteriormente por tráfico de drogas, receptação, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação para o tráfico.

A imagem mostra a parte traseira de um carro esportivo, possivelmente um BMW i8, estacionado em uma garagem. O carro tem uma pintura em tons de preto e azul, com detalhes aerodinâmicos. Ao fundo, é possível ver outro carro vermelho e parte da estrutura da garagem.
Ao menos oito carros de luxo foram apreendidos na operação – Polícia Federal/Divulgação

A Operação Cobiça, conforme foi batizada a ação deflagrada esta manhã, surgiu da Operação Ganância, que a PF realizou em Rondônia, em 2022, para apurar o desvio de recursos públicos federais na prestação de serviços de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea. Na atual operação, os crimes investigados são: lavagem de dinheiro, usurpação de bens da União e organização criminosa.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2024/11/pf-deflagra-acao-contra-extracao-de-ouro-em-terras-indigenas-no-para.shtml

Thank you for your upload