Uma mulher e dois homens foram atingidos por balas de borracha; Justiça determinou presença da polícia no local
Rio de Janeiro
Três indígenas da comunidade Nhanderu Marangatu ficaram feridos em um confronto com policiais militares no fim da tarde de quinta-feira (12), durante uma tentativa de ocupação da Fazenda Barra, no município de Antônio João, em Mato Grosso do Sul.
Uma mulher e dois homens foram atingidos por disparos de bala de borracha. Eles foram socorridos e levados para o hospital do município. O quadro de saúde deles é estável.
O local é disputado por produtores rurais e indígenas que reivindicam a posse da área como parte do território Nhanderu Marangatu.
Segundo a Polícia Militar, o conflito ocorreu quando PMs impediram um grupo de 20 indígenas de entrar e ocupar a sede da propriedade privada no município, que fica a 319 km de Campo Grande. A área fica localizada na fronteira com o Paraguai.
Ainda de acordo com a PM, os indígenas teriam ateado fogo na ponte que dá acesso à propriedade para evitar a passagem dos policiais. Ao tentar controlar as chamas, os policiais teriam sido atacados com flechas, facões e pedras, e revidaram com balas de borracha contra os indígenas.
Imagens divulgadas nas redes socais mostram uma discussão entre indígenas e PMs. É possível ver um indígena baleado na perna e outro com um ferimento no peito. Ambos foram hospitalizados.
Equipes da Força Nacional foram acionadas e prestaram socorro aos indígenas. Militares do Batalhão de Choque de Campo Grande, além de equipes da Força Tática da região, também estiveram no local.
Nesta sexta-feira (13), equipes trabalham na reconstrução da ponte que foi queimada.
Após a confronto, a Justiça Federal publicou uma liminar que determina a presença da Polícia Militar na região. Os indígenas resistem cercados na sede da fazenda.
Uma missão composta por representantes de entidades e parlamentares ligados à defesa dos direitos humanos está na cidade de Dourados (MS) nesta sexta. O objetivo é prestar apoio aos povos indígenas e ouvir demandas das comunidades na tentativa de combater o aumento da violência —ameaças, agressões e incêndios criminosos.
A área da Fazenda Barra é a última a ser retomada pela comunidade. A tentativa mais recente havia ocorrido em 2016, e na ocasião houve um forte ataque de fazendeiros da região, com apoio de políticos. O líder indígena Simião Vilhalva foi morto a tiros.
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