Fotos: Matheus Araújo/Funai
Nesta terça-feira (11), a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, junto a uma comitiva interministerial, esteve na aldeia Escola Floresta, na TI Maxakali, no estado de Minas Gerais, dialogando com a comunidade sobre questões cruciais para o povo indígena como território e abastecimento de água da região. O encontro contou com a participação do prefeito do município de Teófilo Otoni, Daniel Sucupira.
A TI possui cerca de 1500 habitantes distribuídos numa área de 5 mil hectares. Atualmente os Maxakali vivem em quatro áreas, as aldeias de Água Boa, município de Santa Helena de Minas; Pradinho e Cachoeira, no município de Bertópolis; aldeia Verde, no município de Ladainha; e no distrito de Topázio, no município de Teófilo Otoni.
Joenia Wapichana afirmou que o papel da Funai é apoiar os povos indígenas, mesmo com poucos servidores e recursos. “Esse é um território que precisa de atenção Nós temos nossa dignidade como povo originário desse país, com a nossa cultura e valores. O Estado brasileiro tem uma obrigação com os povos indígenas. O presidente Lula está nos dando a oportunidade de mostrarmos como queremos nos organizar a partir de agora”.
Na oportunidade, Joenia afirmou que está trazendo respostas às questões prioritárias do povo Maxakali. “Vamos avançar na aquisição do terreno que vocês reivindicam. Em breve, será reconhecida a assinatura do proprietário, que já se dispôs a fazer a venda do terreno que vocês reivindicam. Com esse documento de manifestação de interesse de venda, a gente vai poder avançar nesse processo de aquisição”, declarou aos indígenas.
Sonia Guajajara explicou a necessidade de se incluir a pauta indígena no orçamento do Governo Federal, falou sobre as Terras indígenas homologadas em abril e destacou a necessidade de um novo concurso para a Funai, de forma que possa haver uma continuidade do trabalho da fundação de forma célere. “É um desafio gigante estar aqui nesse lugar mas estamos levando a pauta indígena para ser uma prioridade no plano do Governo Federal. Estamos aqui para ouvir reivindicação de vocês e buscar formas de dar as respostas que vocês precisam”, afirmou.
O secretário Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde (Sesai), Weibe Tapeba aproveitou a oportunidade para lançar o mês do programa de vacinação indígena. “As políticas de saúde estão chegando ao território Maxakali. Temos uma demanda muito clara de fortalecer o saneamento básico, o acesso à água potável e a cultura alimentar. Essa é uma comunidade recente, que foi se estruturando, e a força da organização de vocês já tem resultados práticos e concretos. Acreditamos que os próximos anos serão promissores”.
No campo da educação, a organização curricular Maxakali foi citada por Célia Xakriabá como a primeira do estado de Minas Gerais a respeitar a língua, a cultura e o tempo dos indígenas. “Foi a partir dessa experiência que nós conseguimos fazer uma organização curricular para todos os povos de Minas Gerais. A língua Maxakali está sendo discutida no estado como patrimônio cultural de Minas Gerais e da humanidade”, explicou a deputada.
Também compuseram a comissão o diretor de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas, Marcos Kaingang; a secretária de Gestão Ambiental e Territorial Indígena, Ceiça Pitaguary; e o coordenador-geral de Acompanhamento de Conflitos Fundiários, Francisco Nóbrega.
Assessoria de Comunicação/Funai
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