Como forma de valorizar os costumes da etnia Haliti-Paresi entre as crianças, a Escola Municipal Indígena Wazare, localizada na Terra Indígena Utiariti (MT), mantém no currículo o ensino da língua tradicional “Aruak”, chamada de “língua materna” por eles. Essa foi a maneira encontrada pela professora Valdirene Avelino para manter ativas pelos alunos as tradições indígenas praticadas entre os mais velhos nas aldeias.
“Nossa intenção é não deixar que as crianças esqueçam a língua materna e, ao mesmo tempo, incentivar essa conversação entre eles”, afirma Valdirene. A escola foi construída na aldeia Wazare há 10 anos e recebe crianças indígenas e não indígenas da região. Além do ensino tradicional de temas como matemática, geografia e história, o português também recebe atenção, como explica a professora. “A gente sabe que o português vai ser muito importante quando eles forem estudar nas escolas fora da aldeia, por isso praticamos aqui”, destaca.
A professora destaca que a presença do ensino bilíngue em todas as escolas indígenas da região cumpre também um papel importante no processo intercultural. Cerca de sete alunos participam diariamente das aulas e também são ensinados a lidar com o plantio de mudas, a preservar o meio ambiente e manter os costumes indígenas.
A educação é defendida e tratada como prioridade por lideranças indígenas de Campo Novo do Parecis, no estado do Mato Grosso. O incentivo é intenso para que os jovens concluam o ensino superior e possam aplicar os conhecimentos adquiridos nos trabalhos desenvolvidos nas aldeias. Eles apostam na educação como peça fundamental para melhorar a qualidade de vida de suas famílias.
Papel da Funai
De acordo com a legislação, os indígenas têm direito a uma educação escolar específica, diferenciada, intercultural, bilíngue/multilíngue e comunitária. A coordenação nacional das políticas de Educação Escolar Indígena é de competência do Ministério da Educação, cabendo aos Estados e municípios a execução.
Para garantir esse direito fundamental, a Funai atua com o objetivo de contribuir na qualificação dessas políticas e de, junto aos indígenas, monitorar seu funcionamento e eventuais impactos.
Assessoria de Comunicação/FunaiCategoria
Educação e Pesquisa
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