Capa do trabalho de Marcelo Zelic sobre a necessária reedição do Tribunal de Nuremberg para punir violações dos direitos indígenas (reprodução)

O pesquisador Marcelo Zelic, responsável pelo Armazém Memória, um dos mais representativos acervos online sobre os povos originários, sua resistência contra o etnocídio e a luta pela demarcação das terras indígenas, apresenta esse trabalho imprescindível nos tempos que correm, chamado “Fascismo Mata: de Nuremberg aos Yanomami”. Nele, Zelic relaciona o Holocausto judeu ao genocídio yanomami, e exige que aqui aconteça um análogo ao Tribunal de Nuremberg como ocorreu lá, para punir os culpados e criar mecanismos de não-repetição da tragédia.

O paralelo entre a Shoá, que matou 6 milhões de judeus sob o regime totalitário de Adolf Hitler, e a atual guerra de extermínio movida contra o povo Yanomami por mineradoras e pelo capital financeiro, apoiados pelo governo do genocida Jair Bolsonaro, tornou-se escancarada (como se já não fosse evidente) quando se divulgaram, no início deste ano, fotos de indígenas esfomeados, doentes e contaminados por mercúrio. As imagens chocantes de crianças esqueléticas com seus pais igualmente quase mortos, assustadoramente semelhantes àquelas produzidas quando se abriram as portas dos campos de concentração nazistas, geraram um clamor por Justiça e Reparação que ultrapassaram as fronteiras do Brasil e espalharam-se internacionalmente como um susto: como é possível que tais afrontas à dignidade humana ainda sejam praticadas impunemente no País? Lembre-se que pelo menos 570 crianças yanomami morreram em decorrência de desnutrição nos quatro anos do governo de Jair Bolsonaro.

Zelic, por intermédio de farta documentação disponibilizada no site, mostra que tais ataques aos povos originários são recorrentes mas, após o escândalo inicial, caem sempre no esquecimento para novamente acontecerem algum tempo depois. E é aí que entra o modelo internacionalmente usado para combater o nazismo e seus repugnantes crimes de lesa-humanidade: o Tribunal de Nuremberg. É preciso punir exemplarmente os responsáveis pela tragédia Yanomami, é preciso educar para os direitos humanos, é preciso criar garantias de que tais graves violações não voltem a ocorrer.

O governo Lula apressou-se em dar respostas contundentes aos violadores da Terra Indígena Yanomami. Ordenou a imediata retirada dos garimpeiros, o envio da Força Nacional do SUS para atender a tragédia sanitária instalada, explodiu aeronaves e dragas usadas para a extração e transporte do ouro retirado ilegalmente do território indígena. Mas isso só não basta.

Como diz o pesquisador na apresentação do trabalho, só haverá democracia no Brasil quando se fizer Justiça, punindo “os responsáveis, reparando os atingidos e fortalecendo o “nunca mais” com medidas concretas para a não-repetição.” Leia, compartilhe, divulgue!

ACESSE O SITE E O TRABALHO Fascismo Mata: de Nuremberg aos Yanomami”

Leia mais sobre o genocídio Yanomami aqui

Fonte: https://jornalistaslivres.org/por-um-tribunal-de-nuremberg-para-punir-holocausto-yanomami/

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