De acordo com denúncia do MPF, o crime, ocorrido em 2017, foi motivado por vingança e questões financeiras
O Ministério Público Federal (MPF) conseguiu a condenação de três réus, denunciados pelo homicídio do Cacique Antonio Mig Claudino, ocorrido em 2017, na Terra Indígena Serrinha, em Ronda Alta (RS). A decisão foi obtida no Tribunal do Júri realizado nesta quinta-feira (9), em Passo Fundo (RS). Participaram do júri a procuradora da República Letícia Benrdt, que atua no Rio Grande do Sul, e o procurador da República Gustavo Torres, de São Paulo, que integra o grupo nacional de atuação no júri do MPF.
De acordo com a denúncia, o crime foi motivado por vingança e interesses financeiros, envolvendo a disputa por terras. O cacique se opunha à invasão descontrolada de áreas de particulares, o que ia de encontro às pretensões dos condenados.
O crime ocorreu no dia 20 de março de 2017, em frente ao “Bar do Chei”, na Linha Alto Recreio, Terra Indígena de Serrinha, no município de Ronda Alta (RS). Os réus, incluindo o mandante, prepararam uma emboscada para o cacique. A vítima foi alvejada por cinco tiros de arma de fogo, morrendo no local do crime.
Foram condenados por homicídio qualificado consumado Lauri Guteres de Carvalho, Moacir Tomaz e Izaias Tomaz, que já aguardavam o julgamento sob prisão preventiva, mantida pela sentença. As penas impostas a eles foram 16 anos de reclusão para Lauri Guteres, que executou o crime, e 14 anos para Moacir e Izaias Tomaz, a serem cumpridas em regime fechado.
Outros dois denunciados pelo envolvimento no crime foram absolvidos.
O MPF ainda reflete sobre os próximos passos da causa.
Processo nº 501088770.2019.4.04.7104
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