Ação passou por mais de 300 aldeias e dobrou este ano o número de doses aplicadas se comparado com 2022. Mais de 18 mil indígenas foram vacinados
Foto: Sesai/MS
AOperação Gota de 2023 se encerrou, no final de novembro, com excelentes resultados na imunização de indígenas. O número de doses de vacinas aplicadas este ano se comparado a 2022 foi mais que o dobro em cinco dos seis Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) atendidos, passando de 20.931 para 42.467. Os números se referem à vacinação nas seguintes localidades: Alto Rio Negro, Médio Rio Solimões, Médio Rio Purus, Amapá e Norte do Pará, e Vale do Javari.
A parceria entre os ministérios da Saúde e da Defesa, secretarias estaduais e municipais permitiu a vacinação de 18.648 indígenas em 2023. O total foi de 46.666 doses aplicadas, 306 aldeias visitadas e 183 profissionais destinados para o fortalecimento da saúde dos povos originários.
Em 2023, foram realizadas seis missões em área indígena, nos seguintes distritos: Alto Rio Juruá, Alto Rio Negro, Médio Rio Solimões, Médio Rio Purus, Amapá e Norte do Pará e Vale do Javari. Apenas a região do Alto Rio Juruá não apresentou crescimento no número de doses. São mais de 20 tipos de imunobiológicos ofertados, incluindo vacinas contra a Covid-19, influenza e antirrábica humana.
De acordo com o secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, o esforço feito ao longo do ano valeu a pena. “Este ano foi estratégico para a saúde do meu povo. Fizemos um processo de fortalecimento e reconstrução da política de saúde indígena, que foi tão atacada e fragilizada nos últimos tempos. Com a Operação Gota, pudemos assegurar o acesso à imunização àqueles que estão em terras de difícil acesso”, explica.
Sobre a Operação Gota
A Operação Gota é uma estratégia de vacinação em áreas de difícil acesso geográfico e fruto de uma parceria entre as secretarias de Saúde Indígena (Sesai), de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) – ambas do Ministério da Saúde – e o Ministério da Defesa, com o uso da Força Aérea Brasileira (FAB). O termo de cooperação técnica prevê a utilização de horas-voo. O objetivo é oferecer às populações residentes de áreas ribeirinhas, quilombolas e indígenas as vacinas do Calendário Nacional de Vacinação.
As áreas consideradas de difícil acesso, contempladas nas missões, são definidas a partir de critérios como: área não atendida por rodovia ou hidrovia; que exige do profissional mais de 5 dias de viagem; área sem visitação ou entrada por mais de seis meses no ano; áreas com barreiras geográficas ou de floresta que exigem a permanência do profissional por mais de quatro dias sem comunicação.
As aldeias contempladas pela operação têm, anualmente, os acessos fluviais comprometidos por conta da estiagem, restando como única opção o deslocamento aéreo. O planejamento e a organização para a realização das próximas operações no ano que vem estão pactuados para janeiro de 2024, com o objetivo de dar andamento à campanha nas áreas de acesso restrito.
Ingrid Borges
Ministério da Saúde
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