Vítima tinha sinais de violência sexual e estava próxima ao local onde oito pessoas mortas foram localizadas na segunda (1º)
RIO DE JANEIRO
O corpo de uma mulher foi encontrado neste sábado (6) na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, próximo à área de garimpo onde outros oito corpos haviam sido localizados nesta semana. Segundo a Polícia Federal, a vítima tinha sinais de violência sexual.
A Polícia Federal diz que há indícios de que a mulher foi morta por enforcamento, mas ainda não informou sua identificação. Ela foi avistada durante sobrevoo da Força Nacional na região do Uxiu e encaminhada para o IML (Instituto Médico Legal) de Boa Vista.
A região convive com uma escalada da violência, que fez setores do governo federal se mobilizarem para cobrar do Ministério da Defesa mais apoio nas operações de retirada de pessoas não originárias do território.
No sábado (29), três homens yanomamis foram baleados na comunidade Uxiu, em um ataque que teria sido promovido por garimpeiros. Uma das vítimas morreu.
No domingo (30), em outro ponto do território, equipes da Polícia Rodoviária Federal e do Ibama foram recebidas a tiros quando chegavam em um garimpo para uma ação de repressão ao crime organizado. Quatro garimpeiros foram mortos pelos agentes de segurança e foi encontrada grande quantidade de armamento no local.
Na segunda (1º), oito corpos foram encontrados na área. Como as vítimas não são indígenas, pessoas envolvidas na apuração acreditam que a ação tenha sido uma retaliação pelo ataque sofrido três dias antes, quando a comunidade fazia uma cerimônia fúnebre.
A sequência marca o ponto mais agudo da operação de desintrusão do garimpo no território yanomami, que começou em janeiro, com o decreto de emergência sanitária após visita de Lula ao local registrar a grave situação de saúde da comunidade, que sofria com malária e desnutrição.
A avaliação de envolvidos nas operações é que o combate ao crime na região está em seu momento de maior perigo. Isso porque a maior parte dos garimpos que ainda sobrevivem no local são justamente os mais ligados ao tráfico, sobretudo ao PCC (Primeiro Comando da Capital).
Por isso, há pressão por ação mais efetiva dos militares para garantir a segurança não só dos povos indígenas que vivem na região —e que podem sofrer ataques de garimpeiros—, mas dos próprios agentes de segurança.
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