Mulheres indígenas do Mato Grosso se tornaram exemplos de força e determinação ao conciliar a maternidade com atividades profissionais e os estudos. Neste domingo, 8 de maio, celebramos o Dia das Mães e, para comemorar a data, a Fundação Nacional do Índio (Funai) apresenta histórias de coragem e superação de mães indígenas que fazem a diferença em suas comunidades.

Após assumir a presidência da Cooperativa Agropecuária dos Povos Indígenas Haliti-Parecis, Nambikwara e Manoki (Coopihanama), em Campo Novo do Parecis (MT), a professora indígena Eliane Aparecida Zoizocaeroce descobriu que estava grávida do 4° filho. Na ocasião, pensou em desistir do desafio de liderar uma das maiores cooperativas da região.

“Não é fácil comandar o dia a dia da cooperativa e ainda manter a rotina da casa, ainda mais que na época meu filho mais novo ainda não tinha completado dois anos. Mas graças a minha mãe, que sempre esteve do meu lado, comecei a me organizar para deixar tudo preparado. Cada dia é um desafio diferente”, afirma Eliane, que voltou há algumas semanas da licença maternidade. 

Eliane conta que a mãe também é a responsável pela sua trajetória nos estudos, já que incentivou cada etapa escolar desde a infância na aldeia. “Não era fácil estudar naquela época, eu precisava pegar uma canoa para atravessar o rio e conseguir chegar até o ponto de ônibus escolar. Mas ela estava sempre lá, me dando forças pra não desistir. O sonho da minha mãe era formar um dos filhos na faculdade, eu fui a primeira e hoje também sou professora, segui o caminho dela”, ressalta.

Aos 24 anos, Liliane Akenezokaeroce saiu da Terra Indígena Utiariti para estudar na cidade de Tangará da Serra (MT). Ela está no 6º semestre do curso de Agronomia e apenas nos finais de semana consegue voltar para a aldeia, onde os filhos Enzo Gabriel e José Lucas a aguardam ansiosos. “Não é fácil ficar longe dos meninos, eu tenho sorte de poder contar com a minha mãe para cuidar deles. Ao mesmo tempo em que é difícil ficar afastada, eu sei que faço esse sacrifício agora para poder proporcionar um futuro melhor para os dois”, explica Liliane.

Apontada como uma das principais lideranças da história da etnia Haliti-Paresi no Mato Grosso, a cacique da aldeia Bakaval, Miriam Kazaizokairo, fala sobre como era criar os filhos na época das dificuldades, quando a realidade na região era diferente. “Antes do trabalho nas lavouras e dos projetos que desenvolvemos hoje, a nossa vida era muito mais difícil. Os maridos passavam meses fora de casa trabalhando nas fazendas, então as mães ficavam em casa com toda a responsabilidade do dia a dia. Manter as crianças na escola era o nosso desafio, porque a gente precisava trabalhar pra conseguir o alimento, mas nunca desistimos”, afirma a professora aposentada, mãe de um dos principais lideranças da etnia Paresi, Arnaldo Zunizakae.

Mães contam com espaço de amamentação na sede da Funai, em Brasília

Mães indígenas que visitam a Funai em Brasília contam com uma área especial para a amamentação de seus filhos, localizada no 3º andar da Sede da fundação. O espaço é um local de acolhimento adaptado e destinado às servidoras, colaboradoras e usuárias gestantes e lactantes dos serviços da Funai numa das melhores fases da vida, com todo cuidado que este momento exige.

Assessoria de Comunicação/FunaiCategoriaJustiça e SegurançaTags: Dia das MãesMaternidadeSala de AmamentaçãoAutonomiaLiderançaForça FemininaMães Indígenas

Fonte: https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2022/dia-das-maes-mulheres-indigenas-conciliam-maternidade-e-atividades-profissionais-em-aldeias-de-mt

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