Malala Yousafzai, ativista paquistanesa pelo direito à educação conhecida como a pessoa mais nova a ganhar o Prêmio Nobel da Paz, em 2014 e por ser vítima de uma tentativa de assassinato em 2012. Membros do Talibã atacaram a tiros um ônibus que levava meninas para casa em Swat, no norte do Paquistão. O alvo era Malala, foi baleada na cabeça mas sobreviveu, tinha 15 anos na época e defendia publicamente o direito da educação para meninas.

Em 2011 no Brasil, a estudante indígena Lucivone Pires, de 28 anos, morreu por causa das queimaduras que sofreu durante ataque a um ônibus escolar que transportava alunos da Aldeia Cachoeirinha.na zona rural de Miranda, a 203 quilômetros de Campo Grande no Mato Grosso do Sul. Homens encapuzados atacaram na ocasião o ônibus. Lideranças cobraram investigação e denunciaram negligência da polícia.

Malala esteve no Brasil em seu aniversario de 21 anos e na última terça-feira (10), conheceu a realidade das meninas indígenas dos povos Pataxó, Pataxó-hã-hã-hãe e Tupinambá em sua visita na Bahia. Ela falou sobre jovens que estão fora da escola e declarou apoio para a educação indígena.

A estudante indígena do Médio técnico em Análises Clínicas na Bahia, Itocovoti Galache Melo, 17 anos, das etnias Pataxó Hã-Hã-Hãe e Terena, foi uma das meninas que conheceram a paquistanesa em sua visita. Ela comentou sobre dificuldades que enfrentou em busca de educação e da mensagem de força deixada por Malala para todas.

”…Os meus pais sempre queriam que eu estudasse na aldeia, porém como o ensino era precário, sem infraestrutura de qualidade para mim, os meus pais decidiram me matricular na cidade. O trabalho de Malala promove a educação gratuita, segura e de qualidade, para meninas pelo o mundo. Me inspira muito porque assim como ela, muitas meninas indígenas enfrentam diversas barreiras para chegar até a escola. Todas nós meninas Indígenas temos direito a uma educação diferenciada e de qualidade e é isso que vamos tentar promover nesse projeto do Fundo Malala com a ANAÍ. Um milhão e meio de meninas no Brasil estão fora da escola, sabemos que os povos indígenas, as populações negras e quilombolas são a maioria nessa estatística. A experiência de encontrá-la foi única e emocionante. Ela é um exemplo de mulher, que teve um olhar de preocupação e de amor, com a educação indígena. Malala nos disse para nunca desistir da educação indígena, porque através dela nos tornaremos mulheres com a capacidade e autonomia, para decidir sobre nossos destinos que temos sempre que levantar nossas vozes e enfrentar nossos desafios com coragem e sem medo. Para os meus parentes gostaria de dizer Demarcação já, é escola de qualidade e diferenciada para todos os povos Indígenas do Brasil.”, disse Itocovoti.

Fazem parte da Rede Gulmakai, do Fundo Malala que apoia ativistas da educação, Denise Carreira, da Organização não governamental Ação Educativa, Sylvia Siqueira Campos, do Movimento Infanto-juvenil de Reivindicação, e Ana Paula Ferreira de Lima, da Associação Nacional de Ação Indigenista – Anaí.

Como Itocovoti muitos jovens indígenas acabam precisando estudar fora de suas aldeias por causa do descaso de autoridades, ausência de implementações de políticas públicas e assistência estudantil. Outras percorrem quilômetros para chegar na escola mais próxima. Além da violência no território indígena e constantes ataques de pistoleiros, uma vida de luta por um direito básico do ser humano, a educação.

Redação Yandê

Fonte: http://radioyande.com/blog.php?site_id=975&pagina_id=21862&tipo=post&post_id=832

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