Por Articulação dos Povos e Comunidades Tradicionais
O grito dos povos do campo, das florestas e das águas para denunciar e clamar por justiça em defesa da vida
De 20 e 23 de agosto, representações de povos e comunidades tradicionais do Brasil, participarão de Seminário para debater a violência contra os povos. Com o lema “Somos terra, somos água, somos vida!”, lideranças dos povos indígenas, quilombolas, pescadores artesanais, camponeses, comunidades ribeirinhas, vazanteiros e quebradeiras de coco babaçu e outras representações estarão reunidos no Centro Cultural de Brasília (CCB) para debater e denunciar as diversas formas de violência.
O objetivo do seminário é dar visibilidade às diversas violações enfrentadas pelos povos diariamente. De acordo com os relatórios da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), lançados este ano, revelam que a violência no campo em 2023 foi exponencial, foram mais de 2.000 conflitos relacionados à questão agrária. O momento é oportuno para promover espaço de escuta e diálogo para garantir a proteção para povos, que têm enfrentado ameaças constantes aos seus direitos, territórios e o seu modo de vida. Além da análise conjuntural, os temas referente a defesa dos direitos territoriais, a proteção dos recursos naturais, a valorização das culturas tradicionais e a luta contra a criminalização e a violência serão abordados.
O evento terá participação de lideranças que são referências na luta pela garantia dos direitos dos povos e foram convidadas para debater e refletir sobre a temática da violência. O Seminário que começa no dia 20/08 às 14h e encerra no dia 23/08 terá atividades para fortalecer as incidências políticas, momentos de escutas dos territórios e análises.
No dia 22/08 no período da manhã, haverá o lançamento do vídeo institucional que marca os dois anos de atuação da Campanha Contra a Violência no Campo e a divulgação da pesquisa inédita “Massacres no Campo”. A pesquisa foi realizada em conjunto com o Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos Sociais (IPDMS), Comissão Pastoral da Terra (CPT) e universidades públicas, incluindo a Universidade de Brasília (UNB). O objetivo destes momentos é para de apresentar os relatórios, é cobrar ações efetivas das políticas públicas que possam garantir a proteção e a autonomia dos povos e comunidades tradicionais de viver em suas terras e territórios com segurança.
Para Ozania Silva, que integra a coordenação da Articulação das Pastorais do Campo, afirma que o Seminário será mais forma de os povos cobrarem mais vez ao Estado que faça justiça e basta de tanta impunidade. “Este seminário é mais um momento importante que vivemos com vários tipos de violência contra os povos da cidades, do campo, das águas das florestas. Será mais um grito de denúncia, um grito por justiça em defesa da vida que é tão ameaçada pelo agronegócio e até mesmo o Estado. É mais um grito pelo fim da violência institucionalizada, é uma forma de exigir uma resposta urgente para pôr fim a essa violência e deixar os povos viverem a sua vida plena”, enfatizou Ozonia que também representa o Serviço Pastoral do Migrante (SPM).
O seminário é organizado pela Articulação das Pastorais do Campo que integram a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), Serviço Pastoral do Migrante (SPM), Pastoral da Juventude Rural (PJR), Cáritas Brasileira e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Pastorais e organismo da igreja católica que mantém um vínculo estruturado e convivem com a mesma fé e compromisso, mantendo a luta junto aos povos para o cuidado com a casa comum. O Seminário também é organizado pela Campanha Contra a Violência no Campo, constituída há dois anos por entidades da sociedade civil, movimentos populares e pastorais.
PROGRAMAÇÃO
20/08 – terça-feira
Tarde
abertura do seminário Povos e comunidades contra a violência
Apresentação dos territórios, momento de escuta
Noite
Cine Campo – Exibição de vídeo sobre os povos quilombolas do Norte de Minas Gerais
21/08 – quarta-feira
Manhã
Continuidade da Apresentação dos territórios
Análise de conjuntura
Tarde
Participação de Alessandra Korap
22/08 – quinta-feira
Manhã
Lançamento do vídeo institucional da Campanha Contra a Violência no Campo
Divulgação da Pesquisa “Massacres no Campo”
Tarde
Ações de incidências
23/08 – quinta-feira
Manhã
Encaminhamentos finais e encerramento do seminário
Serviço
Data: 20 a 23 de agosto
Local: Brasília (DF)
Organização: Articulação das Pastorais do Campo e Campanha Contra a Violência no Campo
Fonte: https://cimi.org.br/2024/08/povos-comunidades-tradicionais-seminario-brasilia-violencia/
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