Iepé foi fundado em 19 de setembro de 2002 – preparamos uma lista com 22 informações que talvez você ainda não saiba sobre nossa organização
Tudo começou em uma sala da USP (Universidade de São Paulo). Com o passar dos anos, expandimos nossa área de atuação, multiplicamos a quantidade de colaboradores e ampliamos os horizontes do nosso escopo de trabalho. Entre todas as transformações que o Instituto Iepé passou nesses últimos 22 anos, uma coisa permaneceu intacta: a missão de sermos parceiros dos povos indígenas, os verdadeiros protagonistas dessa trajetória.
Para celebrar a data, separamos 22 fatos rápidos que ajudam a recontar um pouco dessa história de mais de duas décadas.
1- Trabalhamos com mais de 16 mil indígenas.
Se somadas, as populações que vivem dentro da nossa área de atuação chegam a aproximadamente 16.800 indígenas. Eles vivem em mais de 300 aldeias no norte do Pará e no Amapá.
2- São 45 povos diferentes, que falam um total de 17 línguas.
Indígenas não são um monolito homogêneo. Entre os milhares de indígenas que citamos anteriormente estão 45 povos que falam 17 línguas diferentes. Além da língua, há também particularidades no que se refere à cosmologia, vestimenta, grafismos, alimentação e outros elementos que compõem o modo de viver de cada povo.
3- Somadas, as áreas ocupadas por esses povos equivalem a mais de 13 milhões de campos de futebol.
O número exato é 13.274.958 hectares. Cada hectare corresponde a 10 mil metros quadrados, tamanho aproximado de um campo de futebol profissional. Essa área está distribuída entre as 10 Terras Indígenas que fazem parte da área de atuação do Iepé: Parque do Tumucumaque Leste e Rio Paru d’Este, Parque do Tumucumaque Oeste, Nhamundá Mapuera, Trombetas Mapuera, Kaxuyana-Tunayana, Juminã, Galibi, Uaçá, Wajãpi e Zo’é.
4- Somos 76 colaboradores atuando em 5 escritórios.
A equipe do Iepé vem crescendo em ritmo acelerado nos últimos anos: mais de 60% desse total começou a trabalhar na organização a partir de 2021.
5- Hoje nossa equipe está distribuída em cinco escritórios: Macapá (AP), Oiapoque (AP), Santarém (PA), Oriximiná (PA) e São Paulo (SP). A mais recente é a sede de Oriximiná, que passou a operar em 2024.
6- Somos credenciados pela Unesco como consultores do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Em junho, durante uma Assembleia em Paris, a Unesco reconheceu o Instituto Iepé como uma das organizações da sociedade civil credenciadas a exercer funções consultivas para a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial. Isso significa que agora o Iepé pode contribuir na avaliação das propostas recebidas pela Unesco para reconhecer bens culturais de natureza imaterial.
7- A ONU reconhece o Iepé como uma entidade consultiva especial.
Desde 2021 o Iepé tem o direito de participar de conferências, apresentar declarações por escrito ou de forma oral em reuniões da organização – além de propor a realização de eventos nas sedes da organização.
8- O Iepé faz parte de 15 redes, articulações e coletivos.
Para desenvolver nossas estratégias de trabalho, o Iepé também tem atuado junto a redes, articulações interinstitucionais, coletivos e parcerias colaborativas nacionais para a defesa de direitos socioambientais e conservação da Amazônia.
ECOSOC: Entidade consultiva especial no Conselho Econômico e Social das Nações Unidas
UNFCCC: Organização Observadora da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima
Associação Brasileira de ONGs (ABONG)
Conexão Povos da Floresta
Mobilização Nacional Indígena (MNI)
Observatório da Economia da Sociobiodiversidade (ÓSocioBio)
Observatório de Protocolos Comunitários de Consulta e Consentimento Livre, Prévio e Informado
Rede de Cooperação Amazônica (RCA)
Rede de Mosaicos da Áreas Protegidas (REMAP)
Rede Multissetorial Diálogos Pró-Açaí
Somente em 2023:
9- Apoiamos a instalação de 192 de antenas de internet nas Terras Indígenas.
Por facilitar o compartilhamento de informações, o acesso à internet é uma importante ferramenta de proteção territorial. Oficinas e discussões foram promovidas para estabelecer regras e debater os impactos da tecnologia digital nas aldeias. Algumas aldeias receberam kits fotovoltaicos para garantir a energia necessária para a manutenção desses pontos.
10- Ajudamos a comercializar mais de 130 toneladas de açaí.
Cada vez mais, o Iepé tem atuado junto aos indígenas para fortalecer suas economias da sociobiodiversidade. Além do açaí, em 2023 também apoiamos a comercialização de mais de 1.500 peças de artesanato, 30 toneladas de farinha de mandioca e 27,5 toneladas de castanha.
11- Apoiamos 17 expedições de vigilância e encaminhamos 19 denúncias.
Os indígenas realizam expedições periódicas para garantir que os limites de suas terras sejam respeitados. Além de apoiar essas expedições, assessoramos as organizações indígenas a encaminhar denúncias para os órgãos responsáveis.
12- Promovemos 24 oficinas para formação das diretorias de organizações indígenas.
O apoio às organizações indígenas está em nosso DNA. Ao longo de 2023, oferecemos assessoria jurídica e contábil, além de oficinas de formação e capacitação.
13- O Iepé é parceiro de 25 organizações indígenas.
APIWA – Associação dos Povos Indígenas Wayana e Aparai
APITIKATXI – Associação dos Povos Indígenas Tiriyó, Katxuyana e Txikiyana
APIW – Associação do Povo Indígena Waiwai
CGPH – Conselho Geral do Povo Hexkaryana
APIM – Associação dos Povos Indígenas do Mapuera
APITMA – Associação dos Povos Indígenas Trombetas-Mapuera
AMIRMO – Associação das Mulheres Indígenas da Região do Município de Oriximiná
AIKATUK – Associação Indígena Katxuyana, Tunayana, Kahyana
AYMARA – Associação Indígena dos Povos Okoimoyana, Xowyana e Kararayana
ASPIARIN – Associação dos Povos Indígenas do Alto Rio Nhamundá
Apina – Conselho das Aldeias Wajãpi
Awatac – Associação Wajãpi Terra, Ambiente e Cultura
Apiwata – Associação dos Povos Indígenas Wajãpi do Triângulo do Amapari
CCPIO – Conselho de Caciques dos Povos Indígenas de Oiapoque
AMIM – Associação das Mulheres Indígenas em Mutirão Município de Oiapoque
OIJO – Organização Indígena dos Jovens de Oiapoque
AIKA – Associação Indígena do Povo Karipuna
AIPA – Associação Indígena do Povo Palikur
AIRO – Articulação Indígena do Rio Oiapoque
AIPGM – Associação Indígena do Povo Galibi Marworno
Associação Nana Kali’na
Associação Uasei
Coletivo Waçá-Wara
Organização Indígena Zo’é Tekohara
14- Desde 2002 lutamos pela demarcação da TI Kaxuyana-Tunayana.
A luta do Iepé pela demarcação da Terra Indígena Kaxuyana-Tunayana vem desde a nossa fundação, ou seja: já dura 22 anos. Alguns dos nossos membros fundadores, inclusive, já trabalhavam por isso muitos anos antes do Iepé ser formado.
15- Apoiamos a soltura de mais de 16 mil filhotes de tracajás desde 2014
O Projeto Kamahad Tauahu Nukagmada Mewka – Amigos dos Tracajás é realizado pelos Agentes Ambientais Indígenas do Oiapoque (os chamados Agamin) e apoiado pelo Iepé, pela Associação das Mulheres Indígenas em Mutirão (AMIM), pela Funai e pelo ICMBio. Foram exatos 16.512 filhotes soltos nos rios da região de Oiapoque.
16- Temos dezenas de livros disponibilizados gratuitamente para download na infoteca do nosso site.
Clique aqui pra conferir todas as publicações disponíveis gratuitamente na infoteca do nosso site. Vários deles foram publicados pelo próprio Iepé – somente em 2023, publicamos quatro títulos:
Narrativas e Memórias de um Chefe Galibi do Oiapoque
Em Defesa do Espaço Cívico – Participação e Controle Social nas Políticas Indigenistas
Livro dos Marcadores do Tempo – Pesquisas Indígenas Sobre Percepções Ambientais e Mudanças do Clima
Ihara Rape Rupi – Pelo Caminho da Canoa
17- Nosso canal do youtube possui centenas de vídeos sobre nossas atividades.
São mais de 200 vídeos em nosso acervo. Clique aqui pra ver esses materiais e conhecer um pouco mais do nosso trabalho e dos indígenas que atuam conosco.
18- Estamos também no Instagram, Facebook, LinkedIn e TikTok.
Você já segue a gente em todas as nossas redes? Chegou a hora!
19- Atuamos principalmente com indígenas, mas também com ribeirinhos e outras comunidades tradicionais.
Desde 2021, o Iepé apoia diretamente o trabalho da Associação das Mulheres Sementes do Araguari, ribeirinhas do alto Rio Araguari. Esse apoio surgiu dentro do Mosaico da Amazônia Oriental que vem apoiando as pautas comunitárias na região desde 2007.
20 – Realizamos pesquisas e monitoramento sobre garimpo ilegal e desmatamento
Participamos da pesquisa que revelou que um a cada cinco pescados da Amazônia está contaminado por mercúrio. Nosso trabalho de monitoramento também ajudou a apontar que o garimpo ilegal havia desmatado uma área equivalente a 170 campos de futebol dentro de uma unidade de conservação do Amapá. Em ambos os casos, os dados revelados pelo Iepé e seus parceiros tiveram repercussão nacional.
21- Ajudamos a levar fontes de energias renováveis para dentro das aldeias.
O Iepé apoiou projetos com energia renovável como uma forma de levar autonomia aos povos a partir de uma energia limpa e gratuita. Saibamais sobre as canoas solares no rio Tumucumaque. Leia também a matéria sobre a oficina de manutenção técnica dos painéis solares no Oiapoque.
22- Apoiamos a construção dos PGTAs (Plano de Gestão Territorial e Ambiental) dos povos com quem atuamos.
O PGTA é uma forma de orientar o uso do território e dos recursos naturais das terras demarcadas, com o objetivo de atender as necessidades culturais, sociais e econômicas atuais dos povos que ali vivem. Um conjunto de objetivos, ações e atividades são pensados, discutidos, organizados e acordados para serem realizados a curto, médio e longo prazo, visando atingir este objetivo maior de gerir o território e os recursos naturais que existem nele. O Iepé apoiou a construção dos PGTAs dos povos com quem atuamos, sempre de forma coletiva e a partir das demandas dos próprios indígenas. Confira os PGTAs disponíveis na nossa infoteca!
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