Como feixe de vara, símbolo de resistência, povos indígenas de Roraima, lideranças das regiões Alto Miang, Surumu, Serras, Serra da Lua, Amajari, Tabaio, Wai Wai, Baixo Cotingo, Raposa, Baixo São Marcos, pediram que haja melhorias na Educação Escolar Indígena. Como pontos principais estão reformas nas escolas, merenda escolar de qualidade, contratação de professores e, principalmente, respeito à educação escolar diferenciada.

Uma comissão de lideranças foi recebida pelo secretário Mikael Cury e sua equipe.

Durante o ato, o movimento ecoou sua voz: “Pé no chão, pé no chão, saúde, educação”. Com cantos e parixara, ocuparam o auditório da SEED. Em seguida, retornaram à tenda principal do V ATL, junto com o secretário de Educação, Mikael Cury-Rad.

Movimento Indígena no auditório da SEED. (Foto: ASCOM/CIR).
Movimento Indígena no auditório da SEED. (Foto: ASCOM/CIR).

Lideranças e professores expressaram as necessidades na Educação Escolar Indígena, principalmente quanto à aplicação do recurso da emenda parlamentar da ex-deputada Joenia Wapichana, no valor de 44 milhões.

“Na minha região tem professor dando aula embaixo do pé de mangueira, isso é angustiante, nesse período de inverno principalmente. As reformas nas escolas, que eram para ser rápidas, não estão sendo”, desabafou Elenilson Wapichana, tuxaua da comunidade Canauanim, região Serra da Lua.

Os alunos pediram que o secretário visite as escolas indígenas, para ver de perto a realidade enfrentada por eles diariamente.

“Pedimos que vá pessoalmente ver a nossa realidade: escolas caindo aos pedaços, merenda estragada. Queremos que os problemas ditos aqui sejam resolvidos o mais rápido possível”, pediram os estudantes da região Serra da Lua.

Estudantes da região Serra da Lua durante fala ao secretário de educação. (Foto: ASCOM/ CIR).
Estudantes da região Serra da Lua durante fala ao secretário de educação. (Foto: ASCOM/ CIR).

O secretário ouviu os anseios das lideranças e frisou que há cerca de 151 escolas indígenas para serem construídas, e que a Educação Escolar Indígena avançou muito, citando o concurso específico para professor indígena.

Mikael reforçou que o trabalho deve ser feito em conjunto, exemplificando a fiscalização do transporte e da merenda escolar.

“Reafirmo a vocês: tem muito dinheiro na educação, mas parte desse recurso é gasto com atividades operacionais. Temos 151 escolas para serem construídas, mas é preciso direcionar o recurso para atender a um número maior de escolas”, pontuou o secretário.

Secretário Mikael Cury assinando a Carta do Movimento Indígena. (Foto: ASCOM/ CIR).
Secretário Mikael Cury assinando a Carta do Movimento Indígena. (Foto: ASCOM/ CIR).

Com relação à emenda da ex-deputada Joenia Wapichana, frisou que não vai aplicar a emenda porque não foi aprovada pelo FNDE, pois não está dentro do padrão estipulado pelo órgão.

“Buscamos entendimento junto ao órgão para aplicar o recurso, mas não está dentro do padrão. Infelizmente, estamos tentando mudar essa condição”, reforçou.

A carta com as demandas relacionadas à Educação Escolar Indígena foi lida e, em seguida, entregue ao secretário estadual de Educação.

Fonte: https://www.cir.org.br/post/atl-rr-2025-movimento-indigena-de-roraima-realiza-caminhada-rumo-a-secretaria-estadual-de-educacao-e-desporto-seed-e-exige-melhorias-na-educacao-escolar-indigena

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